Em Alagoinhas, no interior da Bahia, uma iniciativa do vereador Gleyser Soares (PV) para transformar o "Grau" conhecido tecnicamente como wheeling, a manobra em que o motociclista equilibra a moto apenas na roda traseira em modalidade esportiva oficial tem provocado debates acalorados nas plataformas digitais. A controvérsia ganhou força logo após o parlamentar compartilhar sua defesa pela formalização da atividade em postagens recentes, destacando a necessidade de controle e proteção aos praticantes.
Embora o wheeling seja frequentemente ligado a ações arriscadas e contrárias à lei em logradouros urbanos, Soares enfatiza que sua sugestão não pretende autorizar tais manobras em áreas de tráfego comum. Em declaração ao Alagonews, veículo parceiro do Bahia Notícias, ele reforçou: "A proposta não é para liberar a prática nas ruas. Nas vias públicas continuará proibido. O objetivo é criar um espaço específico, asfaltado e seguro, destinado exclusivamente para treinos, shows e eventos controlados."
O parlamentar fundamenta sua ideia em exemplos bem-sucedidos de outras localidades brasileiras, onde assembleias locais já aprovaram normas semelhantes. Nesses casos, o wheeling e variações como "RL" (Rear Lift) ou "Bob’s" são enquadrados como esportes pela Confederação Brasileira de Motociclismo (CBM), entidade que homologa competições nacionais desde 2013. Cidades como Campo Grande (MS), com a Lei nº 7.335/2024, e Recife (PE), via Projeto de Lei Ordinária nº 9/2023, criaram pistas dedicadas com pelo menos 80 metros de comprimento e 25 metros de largura, além de exigências de equipamentos de proteção conforme o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Em Congonhas (MG), a regulamentação de 2023 prioriza a fiscalização para evitar práticas clandestinas, promovendo eventos que geram renda via turismo esportivo. Coxim (MS) e Osório (RS) seguem modelo similar, com aprovação unânime em suas câmaras, focando em licenças para espaços públicos ou privados que atendam padrões de segurança da CBM.
A Confederação Brasileira de Motociclismo, fundada em 1948 e filiada à Federação Internacional de Motociclismo, lista o wheeling em seu rol de modalidades ao lado de motocross e rally, incentivando o crescimento responsável da prática que surgiu nos anos 1970 na Califórnia, EUA, e atrai cada vez mais jovens no Brasil. No entanto, dados do DATASUS de 2022 revelam o risco: mais de 12 mil mortes de motociclistas em acidentes de trânsito, com pico entre homens de 20 a 29 anos, o que reforça a urgência de ambientes controlados para reduzir incidentes.
Por enquanto, o debate em Alagoinhas segue sem resolução, com Soares mobilizando aliados na Câmara Municipal para replicar o modelo de legalização e prevenção adotado em diversos municípios, priorizando a transição da ilegalidade para um esporte organizado e sem riscos à população.
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