Calor, água com fezes e cansaço: crise na UFBA leva à interdição de bebedouro e corte de ar-condicionado e elevadores

A Universidade Federal da Bahia (Ufba) enfrenta uma crise que impacta diretamente a infraestrutura da Escola Politécnica. Um bebedouro no 4º andar, no Departamento de Engenharia Ambiental (DEA), foi interditado após a detecção de coliformes, bactérias associadas a fezes, em análise realizada pela Mérieux Nutrisciences com amostras coletadas em 16 de abril. Segundo comunicado da direção, divulgado na terça-feira (29.abr.2025), o equipamento, usado exclusivamente por servidores e pesquisadores do DEA, permanece fora de operação. A água fornecida ao bebedouro não apresenta problemas, indicando que a contaminação está no próprio aparelho.

Além disso, a crise financeira da Ufba, agravada por recursos insuficientes na Lei Orçamentária de 2025, levou à adoção de medidas drásticas de redução de custos. Desde abril, a universidade determinou o desligamento de aparelhos de ar-condicionado em salas de aula com janelas e a limitação do uso de elevadores, mantendo apenas um por prédio em funcionamento. Essas ações, confirmadas por portaria publicada neste mês, visam priorizar pagamentos essenciais, como contas de energia elétrica, que estavam em atraso e contribuíram para a suspensão desses serviços.

Outros pontos da Escola Politécnica, como os reservatórios de água da Embasa (inferior e superior), a torneira e o bebedouro da copa da secretaria administrativa (5º andar) e bebedouros nos 3º, 5º e 7º andares, foram testados e não apresentaram contaminação, afastando a possibilidade de um problema generalizado. Após denúncias, os reservatórios e bebedouros foram higienizados, e, exceto o do DEA, todos foram liberados para uso na terça-feira (29).

A direção da Escola Politécnica se comprometeu a colaborar com o DEA, responsável pela gestão do bebedouro contaminado, para solucionar o problema. A Ufba, procurada por meio de sua assessoria de imprensa, não se pronunciou até a publicação desta matéria. As medidas de contenção, incluindo o corte de ar-condicionado e elevadores, têm gerado críticas entre a comunidade acadêmica, que enfrenta condições precárias em meio à crise orçamentária.