Na tarde de terça-feira, 4 de novembro de 2025, dois indivíduos em uma motocicleta executaram roubos em estabelecimentos farmacêuticos no bairro Pituba, em Salvador, gerando mobilização imediata das autoridades locais. Inicialmente, os suspeitos invadiram a unidade da Drogasil, onde dominaram os colaboradores e subtraíram aproximadamente R$ 5 mil em espécie diretamente do cofre, escapando logo em seguida pela via pública.
Minutos após o primeiro golpe, os mesmos criminosos prosseguiram até a Farmácia São Paulo, posicionada na Rua das Hortênsias, e replicaram a tática de intimidação aos presentes. Nessa ocasião, o foco foi o confisco integral do suprimento de Ozempic, um fármaco aplicado no controle da diabetes tipo 2 e altamente demandado por suas propriedades redutoras de peso, frequentemente utilizado de forma inadequada para objetivos cosméticos.
Agentes da Polícia Militar foram notificados prontamente e intensificaram patrulhamentos pelas adjacências, embora os responsáveis pela ação criminosa não tenham sido capturados até o fechamento desta reportagem. A Polícia Civil planeja abrir investigação formal para identificar os envolvidos e esclarecer os detalhes das ocorrências, conforme protocolos padrão.Contexto de uma série de crimes contra farmácias na capital baianaEsses episódios se inserem em um padrão preocupante de ataques direcionados a drogarias em Salvador, especialmente aqueles visados ao furto de canetas injetáveis como o Ozempic e similares, como Mounjaro e Wegovy. De acordo com dados recentes da Polícia Civil, pelo menos 28 estabelecimentos foram vítimas de invasões entre fevereiro e maio de 2025, concentrando-se em áreas como Pituba, Ondina, Barra e Costa Azul. A onda de violência motivada pelo comércio paralelo desses itens, que chegam a valores exorbitantes no mercado negro, levou à deflagração da Operação Mirakel em junho, resultando na prisão de duas lideranças de um grupo que assaltou 23 farmácias nos primeiros seis meses do ano.
“Existe uma quadrilha de Ozempic que age no Brasil há mais ou menos um ano e isso já está se manifestando em Salvador por meio de golpes”, alertou um farmacêutico de uma unidade na Avenida Paralela, que preferiu anonimato para evitar retaliações. Ele destacou que os roubos frequentemente envolvem táticas como pedidos em grande volume via delivery ou invasões armadas, abastecendo redes irregulares de distribuição – estimadas em 96 unidades clandestinas na cidade pelo Conselho Regional de Farmacêuticos.
Em outubro, uma farmácia Drogasil na mesma Rua das Hortênsias sofreu assalto similar, com dois homens em uma moto XRE azul levando estoques de Ozempic e Mounjaro. Já em maio, um suspeito de 29 anos foi detido após furtar 40 unidades desses remédios em outra loja da Pituba, evidenciando a persistência do problema. A Receita Federal também registrou apreensões, como 100 canetas de Mounjaro no Aeroporto de Salvador e 681 embalagens vazias de Ozempic em fevereiro, apontando para uma rede de contrabando interestadual.
Autoridades enfatizam que o uso sem prescrição médica desses medicamentos pode causar efeitos colaterais graves, como náuseas, vômitos e distúrbios gastrointestinais, reforçando a necessidade de regulação mais rigorosa no setor.
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