Diretor da Braskem diz desconhecer ilegalidades em Maceió

O vice-presidente da Braskem, Marcelo Cerqueira, afirmou que a empresa reconhece sua “responsabilidade civil e ambiental” pelo impacto causado na vida das pessoas e da cidade
Por: Brado Jornal 14.mai.2024 às 17h24
Diretor da Braskem diz desconhecer ilegalidades em Maceió
Lula Marques/Agência Brasil

O vice-presidente executivo da Braskem, Marcelo de Oliveira Cerqueira, disse desconhecer que a companhia tenha enganado os órgãos de fiscalização durante a extração de sal-gema em Maceió (AL). O diretor da mineradora depôs nesta terça-feira (14) na CPI da petroquímica que tramita no Senado.

Marcelo Cerqueira, por outro lado, reconheceu que a extração do minério causou o afundamento de bairros na capital alagoana. Segundo o relator da CPI, senador Rogério Carvalho (PT-SE), a ANM (Agência Nacional de Mineração) informou à comissão que “recebeu informações falsas ou enganosas da Braskem que induziram a agência ao erro no exercício da fiscalização”.

O vice-presidente executivo disse desconhecer essa informação. “O espírito sempre é atuar com respeito às autoridades e à transparência nas informações”, afirmou.

Também compareceu à CPI nesta 3ª feira (14.mai) o ex-engenheiro da Braskem, Paulo Roberto Cabral de Melo, responsável, ao longo dos anos, pelas minas de sal-gema na capital alagoana. Porém, protegido por habeas corpus, o técnico não respondeu aos questionamentos dos senadores.

Cerqueira, por outro lado, afirmou que a empresa reconhece sua “responsabilidade civil e ambiental” pelo impacto causado na vida das pessoas e da cidade. Ao todo, cerca de 15.000 famílias foram obrigadas a abandonar suas casas por conta da ação da companhia. A Braskem calcula em 40.000 o número de pessoas afetadas, já o Ministério Público de Alagoas informa que o número chegaria a 60.000.


LIMITE DE EXTRAÇÃO

Uma das teses do relator da comissão é que a Braskem extraiu mais sal-gema do que o que seria recomendado para evitar o afundamento do solo. Questionado se a empresa teria extraído mais minério que o permitido, o vice-presidente executivo da petroquímica negou.

“Consultei também com as equipes sobre a história da extração e a informação que foi passada é que não. O limite de extração foi respeitado durante o período”, afirmou. O relator rebateu essa informação.

“Como foi dito, tanto pelo senhor, quanto pelos outros que o antecederam aqui, como o senhor Marcelo Arantes, de que a responsabilidade foi gerada pela Braskem e pela produção de minério, só tem um motivo, tirar mais sal do que o permitido”, disse Rogério Carvalho.

O relator da CPI defendeu ainda que há indícios de que, para economizar energia, a Braskem teria desligado os pressurizadores de minas de Maceió, o que teria causado a fragilização das estruturas.

Cerqueira, admitiu que houve o desligamento de bombas “por alguns momentos” causado pelo racionamento de energia realizado no Brasil em 2001.

“Lá em 2001, houve o racionamento de energia, e foi necessário naquele período um racionamento geral generalizado no Brasil. Então, foi iniciada essa operação”, disse.



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