Durante a extensa operação de segurança conhecida como "Operação Contenção", realizada nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, uma figura proeminente do Comando Vermelho (CV) perdeu a vida em um intenso tiroteio. Identificada apenas como Penélope, a mulher era reconhecida pelos apelidos "Japinha do CV" e "musa do crime", termos que destacavam sua visibilidade nas redes sociais, onde frequentemente exibia poses com armas pesadas, como fuzis, e trajes táticos em cenários de conflito urbano.
Segundo relatos das autoridades, Penélope exercia funções críticas na estrutura da facção, atuando na linha de frente dos embates armados e garantindo a segurança de caminhos de escape e bocas de fumo. Ela era vista como uma integrante de alta confiança pelas lideranças locais, contribuindo para decisões táticas que visavam desafiar o avanço policial. Essa participação reflete uma tendência crescente de envolvimento de mulheres em papéis de comando e defesa nas organizações criminosas cariocas, antes dominados por homens.
A ação policial, que mobilizou aproximadamente 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar, além de unidades especializadas, com helicópteros, blindados e drones, teve início na madrugada de terça-feira (28) e se prolongou por horas, resultando em um dos confrontos mais violentos da história recente do estado. Penélope, no momento da abordagem, trajava uniforme camuflado e portava equipamento de combate, incluindo colete à prova de balas. Ela teria reagido atirando contra os oficiais, o que levou a uma resposta letal: um disparo de fuzil que a atingiu no rosto, causando ferimentos graves e impossibilitando qualquer socorro imediato. Seu corpo foi localizado próximo a um acesso principal da comunidade, após trocas de tiros prolongadas.
O balanço oficial da operação, atualizado pelo secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, registra 119 óbitos no total 115 civis e quatro policiais, com 113 prisões, incluindo 33 vindas de outros estados. Moradores relataram a descoberta de dezenas de corpos em áreas de mata, como a Serra da Misericórdia e a Vacaria, muitos retirados por eles mesmos e levados a praças locais. Apesar do cerco amplo, as forças de segurança identificaram túneis e passagens ocultas entre residências, semelhantes às usadas em invasões passadas, como a do Complexo do Alemão em 2010, que permitiram a evasão de parte dos criminosos.
Após o episódio, imagens e gravações do corpo de Penélope se espalharam rapidamente pela internet, gerando comoção. Em uma publicação nas redes sociais, sua irmã fez um apelo emocionado para que o compartilhamento cessasse, enfatizando o luto familiar. “Pessoal, aqui é a irmã da Penélope. Entrem no Instagram dela pra postar essa mensagem, por favor parem de postar as fotos dela morta, eu e minha família estamos sofrendo muito”, escreveu. Ela acrescentou que a página seria dedicada a postagens de tributo, com fotos da irmã "feliz e sorrindo".
A megaoperação, que visa desmantelar a logística do CV nessas regiões, também deixou oito agentes feridos e paralisou parcialmente o transporte público e vias de acesso ao Grande Rio. Especialistas destacam que ações como essa expõem os desafios persistentes no combate ao crime organizado, com debates sobre estratégias mais eficazes para romper o ciclo de violência entre facções e Estado.
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