Taxa de desocupação se mantém em 5,6% e renova menor patamar desde 2012, aponta IBGE

Mercado de trabalho sustenta recordes em ocupação e formalização no terceiro trimestre seguido
Por: Brado Jornal 31.out.2025 às 11h30
Taxa de desocupação se mantém em 5,6% e renova menor patamar desde 2012, aponta IBGE
Foto: Divulgação/Agência Brasil
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou nesta sexta-feira (31) os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), revelando que o índice de desocupação no Brasil permaneceu em 5,6% no período de julho a setembro de 2025. Esse patamar, idêntico ao do trimestre anterior, marca o terceiro mês consecutivo no menor nível da série iniciada em 2012, contrastando com os 6,4% observados no mesmo intervalo de 2024.

A força de trabalho total, que inclui tanto os ocupados quanto os desocupados, foi calculada em 108,5 milhões de indivíduos, sem alterações significativas em relação ao trimestre passado, mas com um aumento de 0,5% (equivalente a 566 mil pessoas) na comparação anual. Dentre os desocupados, o contingente chegou a 6,045 milhões, o menor já medido historicamente, representando uma redução de 3,3% (209 mil a menos) frente ao período anterior e de 11,8% (809 mil a menos) em relação a setembro de 2024.

No lado positivo, a população ocupada se manteve em 102,4 milhões, um recorde que reflete um crescimento de 1,4% (1,4 milhão de vagas) ao longo do ano. O nível de ocupação, calculado como a fatia de indivíduos em idade ativa que estão trabalhando, estabilizou-se em 58,7%, com um leve ganho de 0,3 ponto percentual em 12 meses. A população fora da força de trabalho totalizou 65,9 milhões, enquanto os desalentados aqueles que desistiram de procurar emprego foram 2,6 milhões.

A formalização no setor privado avançou para 52,7 milhões de postos, o pico histórico, sem variações notáveis no curto prazo. Destes, os trabalhadores com carteira assinada (excluindo domésticos) atingiram 39,2 milhões, outro marco inédito, estável no trimestre e com expansão de 2,7% (1 milhão a mais) no ano. Em contrapartida, os sem carteira somaram 13,5 milhões, inalterados recentemente, mas 4% menores (569 mil a menos) que em 2024. No funcionalismo público, o número subiu para 12,8 milhões, um acréscimo de 2,4% em 12 meses.

A informalidade afetou 37,8% dos ocupados, ou 38,7 milhões de pessoas, nível idêntico ao trimestre anterior e inferior aos 38,8% de um ano atrás. Dentro desse grupo, os autônomos totalizaram 25,9 milhões, estáveis no período e 4,1% acima do ano passado (1 milhão a mais).

De acordo com Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, “o nível da ocupação em patamares elevados nos últimos meses, indica a sustentabilidade da retração do desemprego ao longo de 2025". Ela complementa: “Mesmo em estabilidade no trimestre atual, a massa de rendimento registra valor recorde devido a ganhos de rendimento real e expansão do contingente de trabalhadores alcançados no primeiro semestre de 2025”.

Nas divisões setoriais, a estabilidade geral da ocupação mascarou movimentos opostos. Expansões ocorreram na agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (+3,4%, ou +260 mil) e na construção (+3,4%, ou +249 mil). Recuos se deram no comércio, reparação de veículos e motocicletas (-1,4%, ou -274 mil) e nos serviços domésticos (-2,9%, ou -165 mil). Em relação a 2024, destaques positivos vieram do transporte, armazenagem e correio (+6,7%, ou +371 mil) e da administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais (+3,9%, ou +724 mil), com declínio isolado nos serviços domésticos (-5,1%, ou -301 mil).

Beringuy analisou: "Nesse terceiro trimestre, a queda no número de trabalhadores ficou concentrada no comércio [segmentos de alimentos/bebidas; vestuário e calçados] e serviços domésticos. Parte dessa perda foi compensada pela expansão de trabalhadores na agropecuária e construção, o que contribuiu para a estabilidade da população ocupada total”.

A taxa de subutilização que abrange desempregados, subocupados por horas e desalentados foi de 13,9%, mantendo-se em patamares baixos. O rendimento médio real habitual alcançou R$ 3.507, o maior da história, sem mudanças no trimestre e 4% superior ao de 2024. A massa salarial total chegou a R$ 354,6 bilhões, recorde impulsionado por um avanço anual de 5,5% (R$ 18,5 bilhões a mais).

No trimestre, apenas o setor de alojamento e alimentação viu alta no rendimento (+5,5%, ou +R$ 122), com os demais estáveis. Anualmente, ganhos ocorreram em agricultura e afins (+6,5%, ou +R$ 134), construção (+5,5%, ou +R$ 145), informação, comunicação e atividades financeiras (+3,9%, ou +R$ 184), administração pública e serviços sociais (+4,3%, ou +R$ 199) e serviços domésticos (+6,2%, ou +R$ 79).

O resultado, ligeiramente acima da mediana de projeções do mercado (5,5%), reforça a tendência de aquecimento no mercado de trabalho brasileiro em 2025, com analistas prevendo uma taxa de 5,7% até o fim do ano. A PNAD Contínua, que monitora a força de trabalho via amostra de 211 mil domicílios em todos os estados e no Distrito Federal, é coordenada por cerca de dois mil entrevistadores e permite verificação de identidade pelo site Respondendo ao IBGE ou pelo 0800 721 8181.


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