Furacão Melissa eleva saldo de óbitos para 44 no Caribe, com 19 vítimas na Jamaica

Devastação avança para Cuba e Bahamas enquanto resgates continuam em áreas isoladas
Por: Brado Jornal 31.out.2025 às 11h01
Furacão Melissa eleva saldo de óbitos para 44 no Caribe, com 19 vítimas na Jamaica
Foto: RAMMB/CIRA/AFP
O furacão Melissa, que atingiu a Jamaica na terça-feira (28) como uma tempestade de categoria 5 com ventos de até 295 km/h, deixou um rastro de destruição no Caribe setentrional. De acordo com o ministro da Informação jamaicano, pelo menos 19 óbitos foram confirmados na ilha, contribuindo para um total regional de 44 mortes registradas até o momento. Autoridades preveem que o número possa aumentar à medida que prosseguem as buscas por desaparecidos em zonas remotas.

No Haiti, o impacto foi indireto, mas igualmente severo, com chuvas torrenciais prolongadas causando inundações catastróficas. As autoridades locais confirmaram 25 mortes, incluindo crianças, na maioria dos casos decorrentes do transbordamento do rio próximo a Petit-Goâve, uma cidade costeira a 64 km da capital Porto Príncipe. Dentre as vítimas, 10 eram menores, e pelo menos 13 pessoas permanecem desaparecidas, com mais de 160 residências alagadas ou destruídas na região sul do país.

A trajetória da tempestade, uma das mais intensas já medidas no Atlântico, prosseguiu para Cuba na quarta-feira (29), onde atingiu a categoria 3 e provocou a evacuação de 735 mil pessoas, embora sem óbitos reportados até agora. Em Santiago de Cuba, ventos fortes danificaram casas e plantações, isolando comunidades rurais. Já na República Dominicana, um óbito foi registrado antes do impacto principal, elevando o balanço para 44. O furacão, que se move lentamente e acumulou até 60 cm de chuva em algumas áreas, agora segue rumo a Bermuda como categoria 2, com alertas de ventos intensos e inundações.

O primeiro-ministro jamaicano, Andrew Holness, descreveu a situação em St. Elizabeth, epicentro do desastre na ilha, como de "devastação total", com o porto de Black River completamente destruído e centenas de milhares sem energia elétrica ou água potável. Hospitais foram inundados, e o Exército mobilizou helicópteros para resgates, enquanto o Ministério da Saúde apelou por doações de sangue. "Estamos mobilizando todos os recursos para buscar pessoas e fornecer alívio emergencial", afirmou o ministro de Emergências, Desmond McKenzie.

No Haiti, o diretor da Agência de Proteção Civil destacou os desafios logísticos: "O furacão não nos atingiu diretamente, mas as chuvas persistentes agravaram a vulnerabilidade de comunidades já afetadas por inundações crônicas". Em Petit-Goâve, famílias como a de Steven Guadard, que perdeu quatro filhos incluindo um bebê de um mês, ilustram a tragédia humana. "Eu tinha quatro crianças em casa: um bebê de um mês, uma de sete anos, uma de oito e outra prestes a fazer quatro", relatou Guadard à Associated Press.

A resposta internacional ganha forma, com os Estados Unidos enviando equipes de resgate e suprimentos para Jamaica, Haiti, República Dominicana e Bahamas, coordenados pelo Departamento de Estado. O secretário Marco Rubio anunciou: "Estamos em contato próximo com os governos afetados e despachando suprimentos vitais para salvar vidas. Nossas orações estão com o povo do Caribe". Equipes da Marinha americana também avaliam danos em Guantánamo, Cuba, enquanto o Centro Nacional de Furacões estima prejuízos econômicos entre US$ 48 bilhões e US$ 52 bilhões na região.

Cerca de 25 mil turistas na Jamaica foram resgatados e o Aeroporto Internacional Norman Manley reabriu para voos de ajuda humanitária. Em meio à recuperação, especialistas da AccuWeather notam que o aquecimento dos oceanos contribuiu para a intensificação rápida de Melissa, tornando-a o terceiro furacão mais forte registrado no Caribe.


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