Na madrugada desta sexta-feira (17), por volta das 4h, um veículo se aproximou da marquise da estação de metrô de Irajá, na Avenida Pastor Martin Luther King Júnior, na Zona Norte do Rio de Janeiro, e os indivíduos dentro dele efetuaram diversos disparos de fuzil contra um grupo de pessoas em situação de rua que descansavam no local. O episódio resultou na morte de dois homens e deixou um terceiro em estado grave.
De acordo com relatos da Polícia Militar, os policiais do 41º BPM (Irajá) foram alertados imediatamente após os tiros e, ao chegarem, constataram as duas fatalidades no viaduto. Até às 8h20, os corpos permaneciam na cena, sob isolamento para os trabalhos periciais. O sobrevivente recebeu atendimento urgente dos bombeiros e foi encaminhado ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, onde segue internado em condição crítica.
O volume de tiros foi intenso, com cápsulas de fuzil e pistola espalhadas pelo chão. Um dos projéteis perfurou a janela de uma residência próxima, atingindo uma televisão interna, mas sem ferir moradores da casa. A área, conhecida por abrigar diversos sem-teto devido ao grande fluxo de pedestres, foi cercada para preservar vestígios, e o patrulhamento foi reforçado em ruas adjacentes, como a Avenida Monsenhor Félix.
Uma das vítimas fatais foi identificada pelos vizinhos como "Bahia", um ex-cabeleireiro e percussionista originário de outro estado, que se engajava em iniciativas sociais locais tocando instrumentos para alegrar a comunidade. "Começava a cantar e animava todo mundo", recordou um amigo próximo, que dias antes havia alertado o grupo sobre perigos: "Qualquer hora passam aqui e atiram". Antes de cair em vulnerabilidade, Bahia trabalhava em salões de beleza e mantinha sua paixão pela música em projetos comunitários na região.
A motivação permanece desconhecida, e nenhuma prisão foi registrada até o fechamento desta edição. A Delegacia de Homicídios da Capital assumiu as investigações, com apoio de imagens de câmeras de segurança da estação e arredores para tentar identificar os responsáveis. O caso reacende debates sobre a violência recorrente contra pessoas em situação de rua no Rio, com histórico de agressões brutais desde os anos 1990, incluindo ataques com coquetéis molotov e espancamentos letais em bairros como Cachambi.
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