Pandemia impactou negativamente 1 em cada 3 crianças na primeira infância, aponta Unicef

Houve redução de 340 mil matrículas em creches, além do crescimento da taxa de mortalidade
Por: Brado Jornal 22.set.2022 às 13h45
Pandemia impactou negativamente 1 em cada 3 crianças na primeira infância, aponta Unicef
De 2019 a 2021, houve diminuição de quase 340 mil nas creches e na pré-escola, quase 3% na taxa bruta. Foto: Bruno Concha, Secom

Uma em cada três crianças brasileiras na primeira infância sofre impacto negativo relacionado ao desenvolvimento infantil. É o que revela a pesquisa Desigualdades e Impactos da Covid-19 na Atenção à Primeira Infância, lançada pela Fundação Maria Cecília Souto Vidigal em parceria com o Itaú Social e a Unicef. Marina Fragata Chicaro, diretora de conhecimento aplicado da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, avalia que, de 2019 a 2021, houve uma diminuição de quase 340 mil nas creches e na pré-escola, uma diminuição de quase 3% na taxa bruta de matrículas. “Essa queda nas matrículas na creche só não caiu no norte do país, mas a gente precisa também dizer que a região norte é onde esse patamar de matrículas já é historicamente inferior à média nacional. Então, a gente tem também uma queda significativa. E as regiões sul e sudeste foram onde a gente pôde observar uma maior redução, levada pela rede privada”, afirma Chicaro.

O estudo apontou também que a transferência de renda emergencial durante a pandemia foi relevante em diferentes perspectivas, inclusive no combate à insegurança alimentar. Segundo o levantamento, recompor o poder de compra das famílias e a capacidade de financiar necessidades básicas, de moradia, alimentação, higiene e transporte foi uma medida essencial que pode e deve ser articulada pelos entes federativos. Segundo o estudo, o período pandêmico aumentou a mortalidade materna em quase 90% em todo o país desde 2019; 53% desses óbitos foram por infecção do novo coronavirus. Chicaro diz que as mulheres pretas apresentaram a maior razão de mortalidade materna observada na pesquisa. “A gente teve uma ordem de 194,3 óbitos a cada 100 mil nascidos vivos para as mulheres pretas em comparação com 123,2 óbitos por 100 mil nascidos vivos no caso de mulheres brancas”, diz.

O levantamento permite que o gestor público tenha um diagnóstico que ajude a priorizar e planejar as políticas públicas com o compromisso de minimizar os danos, reestabelecer os direitos e prioridades para essa população. Chicaro defende que é possível enfrentar estrategicamente os desafios a fim de superá-los com a urgência e a prioridade que a primeira infância requer. “Esta absoluta prioridade que a Constituição já garante para a criança e o adolescente, entendendo a primeira infância como essa etapa tão importante para a vida. Então, a gente considerar que a gente precisa fazer ações, políticas públicas muito prioritárias para esse público, a gente também precisa considerar que endereçar esses desafios e priorizar a criança significa também investir em políticas públicas para os cuidadores dessas crianças, sobretudo para as mulheres, para as mães e que estão em situação de extrema vulnerabilidade”, argumenta.



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