Cantor Hungria internado por suspeita de intoxicação por metanol em Brasília

Não foi confirmado se a bebida foi ingerida em Brasília ou em outro estado, mas o caso é semelhante a outros registrados recentemente em São Paulo.
Por: Brado Jornal 02.out.2025 às 14h57
Cantor Hungria internado por suspeita de intoxicação por metanol em Brasília

O cantor Hungria foi internado no Hospital DF Star, em Brasília, com sintomas de intoxicação por metanol após consumir uma bebida possivelmente adulterada. A informação foi divulgada por sua equipe em nota no Instagram nesta quinta-feira, 2 de outubro de 2025. Acompanhado pelo médico Leandro Machado, o artista está fora de perigo iminente, mas os shows programados para o fim de semana serão adiados por recomendação médica. Não foi confirmado se a bebida foi ingerida em Brasília ou em outro estado, mas o caso é semelhante a outros registrados recentemente em São Paulo.

De agosto a setembro de 2025, o Brasil contabilizou 43 casos suspeitos de intoxicação por metanol, sendo 39 em São Paulo (10 confirmados, 29 em investigação) e 4 em Pernambuco (2 confirmados, 2 em investigação). Segundo o Ministério da Saúde, a média anual de casos era de cerca de 20 antes desse aumento. A adulteração de bebidas alcoólicas, como vodca, gin e whisky, com metanol, é feita por criminosos para ampliar lucros, elevando os riscos à saúde pública.

O metanol, ou álcool metílico (CH₃OH), é uma substância química tóxica, incolor, com odor similar ao do álcool comum. Usado na produção de biodiesel, solventes, tintas e anticongelantes, é conhecido historicamente como “álcool da madeira” devido à sua origem na destilação de madeira, embora hoje seja fabricado industrialmente, principalmente a partir do gás natural. Segundo o Conselho Federal de Química (CFQ), doses de 4 mL a 10 mL podem causar danos graves, como cegueira, e 30 mL podem ser fatais.

A intoxicação por metanol gera sintomas como náusea, tontura, vômitos e depressão do sistema nervoso central. No organismo, ele se transforma em formaldeído e ácido fórmico, que provoca acidose metabólica, um desequilíbrio grave no pH do sangue. Os efeitos tardios incluem respiração acelerada, taquicardia, dor abdominal e danos à visão, podendo levar à cegueira permanente. A Associação Brasileira de Neuro-oftalmologia (Abno) destaca que o diagnóstico depende da história clínica do paciente, exames de sangue e de imagem. Em casos de suspeita, a vítima deve ser levada imediatamente a um hospital, sem induzir vômito.

O tratamento envolve medicamentos intravenosos, como fomepizol, que bloqueiam a formação de ácido fórmico, além de lavagem gástrica e hemodiálise, se necessário. Para prevenir intoxicações, o CFQ recomenda verificar a procedência de bebidas, desconfiar de preços muito baixos e evitar produtos sem registro oficial. A fiscalização por órgãos governamentais e análises químicas regulares são fundamentais para coibir a adulteração e proteger a população.



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