As Forças de Defesa de Israel (FDI) realizaram uma série de bombardeios na Faixa de Gaza neste domingo (19), resultando na morte de pelo menos 36 pessoas, segundo dados compilados por jornalistas locais a partir de registros dos necrotérios dos hospitais Al Awda e Mártires de Al Aqsa, localizados no centro do território. A ação militar foi desencadeada após o Hamas ser acusado
de violar o cessar-fogo, em vigor desde 10 de outubro, devido a confrontos em Rafah, no sul de Gaza, que culminaram na morte de dois soldados israelenses.
Os ataques aéreos e terrestres atingiram diversas regiões da Faixa de Gaza. Em Deir al Balah, no centro, seis pessoas morreram em um bombardeio próximo a um café. Em Nuseirat, também na região central, três ataques fatais foram registrados: um contra um prédio utilizado como base da polícia de Gaza, resultando em três mortes; outro contra tendas de deslocados na zona oeste, com seis vítimas; e um terceiro na residência da família Al-Baz, onde o número de mortos ainda não foi confirmado. Em Zuwaida, um chalé da Palestinian Media Production, que presta serviços a meios internacionais como a emissora “Al Jazeera”, foi atingido, matando um técnico de transmissões ao vivo e Ammar Al Zaaneen, filho do jornalista Mohammed Al Zaaneen, conforme relatado por um funcionário da empresa à Agência EFE. Uma imagem do local, compartilhada nas redes sociais, mostra uma van com o logotipo da empresa cercada por manchas de sangue e um tripé de transmissão.
No norte de Gaza, dois ataques em Jabalia deixaram ao menos duas vítimas fatais, enquanto na zona costeira de Mawashi, onde deslocados vivem em tendas, um bombardeio matou uma mulher e duas crianças. No sul, em Khan Yunis, e em outras áreas como a cidade de Gaza, os ataques também foram registrados. O porta-voz da Defesa Civil em Gaza, Mahmud Basal, condenou as ações, afirmando que “em Khan Yunis, assim como no centro, (cidade de) Gaza e no norte, a ocupação israelense continua com sua estratégia de matar e atacar claramente civis na Faixa de Gaza”.
Os confrontos que desencadearam os bombardeios ocorreram na manhã de domingo em Rafah, área controlada pelas FDI. Segundo Israel, um grupo de combatentes, supostamente ligado à polícia do governo de Gaza, controlado pelo Hamas, abriu fogo contra militares israelenses, resultando na morte de dois soldados. Tanto o Hamas quanto seu braço armado negaram qualquer envolvimento no incidente. As FDI classificaram o episódio como uma “violação flagrante” do cessar-fogo, e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ordenou uma “ação enérgica contra alvos terroristas” em Gaza.
Na noite de domingo, após “dezenas” de ataques, as FDI anunciaram a retomada da aplicação do cessar-fogo, conforme orientação do governo israelense. Em comunicado, as forças afirmaram que “continuarão aplicando o acordo de cessar-fogo e responderão com firmeza a qualquer violação do mesmo”.
Além disso, na quarta-feira (28 de agosto de 2024), as FDI conduziram uma operação antiterrorista de grande escala no norte da Cisjordânia, nas cidades de Jenin e Tulkarm, com o objetivo de neutralizar “ameaças terroristas imediatas”. A operação resultou na morte de pelo menos dez palestinos e deixou mais de 20 feridos, segundo fontes militares.
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