A Polícia Federal (PF) prendeu, na quarta-feira (28.mai.2025), um grupo acusado de formar uma organização criminosa especializada em espionagem e assassinatos sob encomenda, tendo como possível alvo o senador e ex-presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A operação, parte da 7ª fase da Sisamnes, revelou conexões com o assassinato do advogado Roberto Zampieri, ocorrido em 2023, em Cuiabá.
Denominado C4 – abreviação de “Comando de Caça Comunistas, Corruptos e Criminosos” –, o grupo era composto por militares da ativa e da reserva, além de civis, segundo informações do G1. A PF descobriu que a organização operava com uma tabela de preços para seus serviços ilícitos: R$ 50 mil para alvos considerados “comuns”, R$ 100 mil para deputados, R$ 150 mil para senadores e R$ 250 mil para ministros do Judiciário.
Em nota, Pacheco condenou a ação criminosa: “Repudio veementemente a ameaça à democracia representada por esse grupo que intimida e constrange autoridades, como se o Brasil fosse um território sem lei. Que as autoridades competentes garantam a aplicação da justiça e a devida investigação desse caso alarmante.”
Detalhes da operação
A operação resultou na prisão de quatro suspeitos, incluindo Anibal Manoel Laurindo, apontado pela Polícia Civil de Mato Grosso como possível mandante do assassinato de Zampieri. Também foram detidos:
Coronel Luiz Cacadini, militar da reserva, acusado de financiar o crime;
Antônio Gomes da Silva, identificado como o atirador;
Hedilerson Barbosa, suspeito de intermediar o homicídio e proprietário da pistola usada no assassinato;
Gilberto Louzada da Silva.
Os mandados de busca e apreensão, autorizados pelo ministro do STF Cristiano Zanin, foram cumpridos em Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais. A investigação, iniciada com base em informações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), apura a venda de sentenças no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Mensagens encontradas no celular de Zampieri indicavam acesso antecipado a minutas de decisões judiciais, sugerindo envolvimento de assessores de ministros na divulgação de informações sigilosas.
Zampieri, assassinado pelo grupo, e o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, também ligado ao esquema, seriam responsáveis por facilitar repasses de propinas no esquema de venda de sentenças. A operação da PF reforça o combate a práticas criminosas que ameaçam a integridade de autoridades e instituições democráticas.
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