A Polícia Federal realizou, no domingo passado, uma operação conjunta com o Inep e a FGV para interromper atividades de uma quadrilha especializada em manipular seleções de residência médica. Com o envolvimento de 24 servidores federais, a iniciativa levou à captura de oito indivíduos em flagrante, durante o exame Enamed, que serve como porta de entrada para programas de especialização na área da saúde.
A investigação revelou que o esquema operava de maneira sofisticada, utilizando tecnologias para enviar respostas corretas aos participantes das provas. Entre as táticas identificadas, destacam-se o emprego de pontos eletrônicos para comunicação em tempo real e a contratação de "pistoleiros" ou "laranjas" pessoas que assumiam a identidade de candidatos reais, com documentos adulterados, para realizar as avaliações no lugar deles. Esses intermediários também recebiam as orientações via dispositivos ocultos. O custo para cada aprovação fraudulenta era estimado em R$ 140 mil, pago pelos beneficiários após o resultado positivo.
A ofensiva policial ocorreu em paralelo à aplicação do Enamed, em 19 de outubro de 2025. No Rio de Janeiro, agentes realizaram buscas em uma casa de um suspeito, coincidindo com uma revista pessoal ao final da prova. Já em Juiz de Fora, Minas Gerais, a equipe invadiu um hotel onde três homens coordenavam a transmissão das respostas, resultando em suas prisões imediatas. Cinco dos detidos quatro homens e uma mulher eram candidatos diretamente envolvidos, flagrados com aparelhos de transmissão de dados. Todos foram conduzidos à Delegacia da PF local para interrogatórios iniciais.
Durante as ações, foram confiscados diversos itens eletrônicos, que agora passam por análise técnica para comprovar seu uso no crime. Após os procedimentos de exame de corpo de delito, os oito presos foram transferidos para unidades do sistema penitenciário, onde aguardam decisões judiciais.
Os investigados enfrentam acusações graves, incluindo fraude em concursos públicos de relevância coletiva, formação de quadrilha e produção de documentos falsos. A intervenção da PF, em coordenação com as instituições responsáveis pelo exame, garantiu a integridade da seleção naquele dia, impedindo prejuízos adicionais ao processo de formação de profissionais da medicina.
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