Armamento civil: Após voto de Moraes contra decretos de Bolsonaro, Nunes Marques suspende julgamento

Em voto, Alexandre de Moraes afirma que o presidente extrapolou poder de regulamentação. STF julgava pacote de 14 ações que questionam atos que tratam da posse, compra, registro e tributação sobre armas e munições.
Por: Brado Jornal 17.set.2021 às 04h49
Armamento civil: Após voto de Moraes contra decretos de Bolsonaro, Nunes Marques suspende julgamento

Após o voto do ministro Alexandre de Moraes apontar que o presidente Jair Bolsonaro extrapolou o poder de regulamentar a política armamentista, o ministro Nunes Marques suspendeu o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) de 14 ações que discutem atos do governo que tratam da posse, compra, registro e tributação sobre armas e munições.

Minutos depois do voto do colega, Marques pediu mais tempo para analisar o pacote de ações. A Corte tinha reiniciado a análise dos processos no plenário virtual, modalidade de deliberação em que os ministros apresentam os votos por escrito, sem a necessidade de uma sessão presencial ou por videoconferência.

Até a conclusão do julgamento, ficam valendo as decisões individuais tomadas pelos ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Rosa Weber, que são relatores dos processos e suspenderam a maior parte das modificações feitas pelo governo.

Moraes, que havia pedido vista dos casos, seguiu os votos dos ministros Rosa Weber e Edson Fachin para declarar a inconstitucionalidade das medidas e afirmou que ficou configurada a “extrapolação do poder regulamentar do presidente”. Segundo o ministro, as questões precisavam ter passado por uma ampla discussão no Congresso.

“O volume de alterações promovidas pelo Poder Executivo, a ensejar uma verdadeira redefinição da política pública de controle de armas de fogo, dependeria de discussão e aprovação pelo Congresso Nacional”, afirmou.

Estavam na pauta as ações que questionam:

decretos de 2019 que aumentaram as possibilidades de posse de arma de fogo;

decisão da Câmara de Comércio Exterior (Camex), vinculada ao Ministério da Economia, de reduzir a zero a alíquota para a importação de revólveres e pistolas;

decretos de fevereiro deste ano sobre a posse e o porte de arma; entre outros pontos, as medidas aumentavam, de dois para seis, o limite de armas de fogo que o cidadão comum pode adquirir;

portaria editada no ano passado pelos ministérios da Defesa e da Justiça e Segurança Pública que aumentou para 550 o número de munições que podem ser adquiridas mensalmente por quem tem posse ou porte de arma;

revogação, pelo Exército, de portarias sobre o rastreamento e a marcação de armas e munições no país;

Mudanças nas regras relacionadas a armas e munições são uma promessa de campanha do presidente Jair Bolsonaro. Desde as primeiras semanas da gestão, o governo federal tomou medidas para alterar o Estatuto do Desarmamento.



📲 Baixe agora o aplicativo oficial da BRADO
e receba os principais destaques do dia em primeira mão
O que estão dizendo

Deixe sua opinião!

Assine agora e comente nesta matéria com benefícos exclusivos.

Sem comentários

Seja o primeiro a comentar nesta matéria!

Carregar mais
Carregando...

Carregando...

Veja Também
Salvador aposta em tecnologia avançada para reforçar segurança pública
Embora a segurança pública seja responsabilidade constitucional do Governo do Estado, o prefeito destacou a necessidade de ação municipal
João Pedro brilha contra o Fluminense e leva Chelsea à final do Mundial
João Pedro, recém-contratado pelo Chelsea vindo do Brighton no início do mês, estreou na competição na sexta-feira (4), contra o Palmeiras, pelas quartas de final
Trump reitera apoio a Bolsonaro e critica perseguição política
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a manifestar apoio a Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, em uma publicação na segunda-feira, 7 de julho
Flávio Dino defende STF após críticas de Trump e novas tarifas dos EUA
Dino reforçou o compromisso do STF com a proteção da "soberania"
Câmara aprova criação de 200 cargos para o STF com custo anual superior a R$ 7,8 milhões
O projeto, relatado pelo deputado Stélio Dener (Republicanos-RR), que apresentou um substitutivo, estima um impacto financeiro de R$ 7,78 milhões em 2025 e R$ 7,81 milhões em 2026, considerando 13º salário e férias para as 160 funções comissionadas
Eduardo Bolsonaro investigado nos EUA: Moraes amplia inquérito por 60 dias
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) teve o inquérito que apura suas ações nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras prorrogado por mais 60 dias
Carregando..