PL convida Bolsonaro e atua contra resistências no Norte e Nordeste

Presidente está sem partido há quase dois anos, quando deixou o PSL
Por: Brado Jornal 26.out.2021 às 06h28
PL convida Bolsonaro e atua contra resistências no Norte e Nordeste

Ainda sem resolver resistências nas regiões Norte e Nordeste, o PL tornou público, ontem, o convite para a filiação do presidente Jair Bolsonaro e de seus aliados com vistas a 2022. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o comandante da legenda, o ex-deputado Valdemar Costa Neto, um dos líderes do Centrão, afirmou que o partido buscará “protagonismo” no próximo pleito e reafirmou alinhamento na “batalha de reeleição” de Bolsonaro.

O presidente está sem partido há quase dois anos, quando deixou o PSL, e também tem negociações abertas com outras legendas, como o PP.

— Preparamos a realização de um projeto partidário arrojado para 2022. Estamos reiterando o convite de filiação partidária ao presidente Jair Bolsonaro, seus filhos e fiéis seguidores — disse Costa Neto.

Conforme informações do Jornal O Globo, as conversas para filiação de Bolsonaro haviam se intensificado na última semana, e o próprio titular do Planalto chegou a tratar do assunto com Costa Neto, que reassumiu oficialmente o comando do PL há um ano. Ele havia se afastado após ser preso e condenado no mensalão — depois, recebeu indulto.

Para interlocutores, o vídeo foi uma demonstração pública de Costa Neto de que o presidente pode confiar nele e de que não há restrições à chegada do grupo de Bolsonaro, colocando o partido um passo à frente do PP.

Reservadamente, integrantes do PL avaliam que Costa Neto já contabiliza prováveis defecções no Nordeste e também no Norte, devido a alianças de lideranças locais com o PT, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por outro lado, na visão desses correligionários, o cacique do PL espera compensar este “ônus” pela filiação de Bolsonaro com o “bônus” de arrecadar votos da base bolsonarista. Em São Paulo, por exemplo, mesmo já tendo oito deputados, o partido vê a chance de ampliar sua bancada em 2022 com a entrada de Eduardo Bolsonaro (PSL) e outros aliados do presidente.

Bolsonaro chegou a ter sua ida encaminhada para o PP, do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, mas as conversas emperraram pela presença do partido na base de governadores do Nordeste opositores do presidente, como Bahia e Pernambuco. No caso do PL, o desenho desses estados facilita composições com Bolsonaro. Em Pernambuco, por exemplo, o prefeito de Jaboatão dos Guararapes e pré-candidato ao governo, Anderson Ferreira (PL), quer se aliar a siglas como PSDB e União Brasil contra o governador Paulo Câmara (PSB) e defende um palanque presidencial “amplo, em que cada membro possa apoiar seu candidato”.

Na Bahia, onde o deputado federal João Carlos Bacelar (PL) é aliado do ex-prefeito de Salvador e pré-candidato ao governo, ACM Neto (DEM), o desenho também aproxima de Bolsonaro opositores do governador Rui Costa (PT).

— Não vejo nenhum problema de Bolsonaro vir para o PL. Pelo contrário, fico bem confortável — disse Bacelar.

Há conversas encaminhadas também no Rio Grande do Norte e na Paraíba, onde lideranças do PL estão fora da base de governadores aliados do PT e tentam impulsionar, com Bolsonaro, nomes ao Senado e à Câmara.



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