O presidente do PL, o ex-deputado Valdemar Costa Neto, confirmou que o presidente Jair Bolsonaro vai se filiar ao partido. Costa Neto afirmou que Bolsonaro relatou ter conversado com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, presidente licenciado do PP, legenda com a qual ele também vinha negociando.
— Sempre falo com o presidente. Sempre tive contato com o Bolsonaro. Agora, tivemos o contato anterior e as coisas andaram. Fiz nossa gravação convidando ele para vir par ao partido — disse Costa Neto, em um áudio enviado à sua assessoria. — Ele falou com o Ciro (Nogueira) hoje e então vamos tocar para frente o assunto e ver quando vamos fazer essa filiação.
No início da noite, ao chegar no Palácio da Alvorada, Bolsonaro foi questionado por um apoiador sobre a filiação ao partido e respondeu:
— Talvez saia essa semana aí.
No PP, o discurso oficial é que a ida de Bolsonaro para o PL não é um problema, porque o partido de Costa Neto é um aliado e garante que estará no projeto de reeleição. Reservadamente, porém, integrantes do PP relatam frustração e admitem que todos os esforços foram feitos para ter o presidente da República.
Ciro Nogueira chegou a garantir a Bolsonaro que teria o apoio de todos os diretórios estaduais, além de assegurar que o presidente poderia indicar candidatos ao Senado.
Após a decisão de Bolsonaro, membros do PP afirmam que ainda não está definido qual a participação da sigla no projeto da reeleição. Segundo esses integrantes, não ficou acertado se o PP indicará o candidato a vice.
De acordo com parlamentares do PP, Valdemar Costa Neto mandou um recado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), dizendo que poderia não apoiar a reeleição dele na casa se o PP seguisse insistindo em levar Bolsonaro. O movimento teria ajudado o PL a ganhar a preferência do presidente.
No áudio, Costa Neto falou em um possível acordo para a sucessão de Lira, que envolveria também outras siglas aliadas, como Republicanos. Pelo acerto, o atual presidente da Câmara seria reeleito em 2023, mas depois haveria um rodízio entre as demais legendas.
— Temos que nos entender, para que todos sejam atendidos. Porque política é isso. Hoje o PP tem a presidência da Câmara e vamos querer ter essa presidência. Tem a reeleição do Arthur, vamos apoiar. E depois de nós, vai vir o PRB (Republicanos). Todos têm que crescer, todos têm que ter essa vantagem. E não pode ficar para trás. Se temos um grupo, ninguém pode ficar para trás — disse Costa Neto.
De acordo com o senador Wellington Fagundes (PL-MT), a filiação pode ocorrer no dia 22, número do partido nas urnas. Fagundes ressaltou que existe a possibilidade do partido liberar os diretórios regionais que não queiram apoiar Bolsonaro. No dia 17, porém, o PL fará uma reunião com seus dirigentes para discutir as questionais regionais.
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