Alexandre de Moraes acaba de proibir a polícia Federal e o CADE de investigar empresas de pesquisas

Vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, o Cade investiga acusações de prática de cartel, decide sobre fusões de empresas, entre outras funções ligadas à livre concorrência.
Por: Brado Jornal 14.out.2022 às 06h30
Alexandre de Moraes acaba de proibir a polícia Federal e o CADE de investigar empresas de pesquisas
Ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE | Foto: Nelson Jr./SCO/STF | Alexandre de Moraes, ministro do STF

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) suspendeu hoje inquérito da PF (Polícia Federal) e apuração do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) contra institutos de pesquisas. A decisão foi tomada pelo ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE. Patente, portanto, a competência desta corte eleitoral para, no exercício de seu poder de polícia, disciplinado no art. 23 do Código Eleitoral, fazer cessar as indevidas determinações realizadas por órgãos incompetentes e com indicativos de abuso de poder político e desvio de finalidade

“Diante do exposto, torno sem efeito ambas as determinações, vedando-se a instauração tanto do procedimento administrativo pelo Cade, quanto do inquérito policial pela polícia federal, por incompetência absoluta de seus órgãos prolatores e ausência de justa causa”, acrescenta o ministro. A Polícia Federal abriu nesta quinta-feira (13) uma investigação formal sobre os institutos de pesquisa eleitoral. O inquérito foi requisitado pelo ministro da Justiça, Anderson Torres, a partir de uma representação da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL). O Ministério da Justiça afirmou que “a divulgação de pesquisa fraudulenta constitui crime, punível com detenção de seis meses a um ano e multa.

Já o presidente do Cade, Alexandre Cordeiro Macedo, pediu hoje a abertura de um inquérito administrativo para apurar se os institutos de pesquisa manipularam os resultados das sondagens sobre intenção de voto no primeiro turno da eleição presidencial. Em ofício enviado hoje ao superintendente da autarquia, Alexandre Barreto e Souza, o dirigente diz que é “improvável que os erros individualmente cometidos sejam coincidências ou mero acaso”, e indicam um “comportamento coordenado” das empresas Datafolha, Ipec e Ipespe.

Vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, o Cade investiga acusações de prática de cartel, decide sobre fusões de empresas, entre outras funções ligadas à livre concorrência. A indicação de Macedo à presidência foi defendida pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP). Pesquisas divulgadas pelo Ipec, Datafolha e Ipespe na véspera do primeiro turno da eleição mostravam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 49% a 51% das intenções de votos válidos, enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) ficava entre 35% e 37%. A margem de erro era de dois a três pontos percentuais para mais ou para menos.

O resultado das urnas em 2 de outubro foi de 48,43% dos votos válidos para Lula, enquanto Bolsonaro teve 43,2%. Os dois se enfrentarão no segundo turno, marcado para o próximo dia 30.



📲 Baixe agora o aplicativo oficial da BRADO
e receba os principais destaques do dia em primeira mão
O que estão dizendo

Deixe sua opinião!

Assine agora e comente nesta matéria com benefícos exclusivos.

Sem comentários

Seja o primeiro a comentar nesta matéria!

Carregar mais
Carregando...

Carregando...

Veja Também
Polícia Federal investiga Silas Malafaia por suspeita de obstrução em caso de tentativa de golpe
Líder religioso é alvo de inquérito que também envolve Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo
Janja encontra evangélicas em Salvador para diálogo inter-religioso
Encontro reforça estratégia de aproximação com comunidade evangélica
Alexandre de Moraes confronta advogado em audiência sobre trama golpista
Ministro do STF determina verificação de celular após suspeita de gravação não autorizada
Ministros do TST recebem auxílios de até R$ 176 mil e benefícios exclusivos
Verbas indenizatórias, carros de luxo e sala VIP no aeroporto de Brasília geram polêmica sobre gastos do tribunal
Jerônimo Rodrigues enfrenta críticas e desafios na gestão da Bahia
Governador lida com polêmicas em entrevistas, crise na segurança e promessas não cumpridas
Documentos de Heleno revelam críticas a Bolsonaro e registros de vigilância
Ex-ministro do GSI anotou monitoramento de estudantes cubanos e investigações sobre o Coaf, além de apontar falhas na gestão da pandemia
Carregando..