‘Agruras que vão além de qualquer civilidade’, declara Cármen Lúcia no STF após sofrer ataques de Roberto Jefferson

Durante a abertura dos trabalhos desta semana, a ministra Rosa Weber, presidente da corte, leu uma nota de repúdio e o ministro Gilmar Mendes também fez um discurso em defesa da magistrada
Por: Brado Jornal 27.out.2022 às 14h22
‘Agruras que vão além de qualquer civilidade’, declara Cármen Lúcia no STF após sofrer ataques de Roberto Jefferson
Foto: Divulgação

Nesta quarta-feira, 26, durante sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) a ministra Cármen Lúcia agradeceu pelos apoios recebidos nos últimos dias após ser agredida verbalmente por Roberto Jefferson, disse que saiu mais forte após as ofensas e que lutar pela democracia vale a pena: “Vários de nós passamos nestes últimos temos especialmente, talvez diferente de outros períodos, mas que já devem ter se repetido em outros períodos, por agruras que vão além de qualquer civilidade (…) Diferente de tantas vezes que dizem por aí que somos ‘ilhas’. Somos um tribunal, de um país, de um povo a lutar por fazer cumprir a Constituição. Como já foi reiterado aqui, não é tarefa simples, menos ainda em horas de tentativa de subversão ou de erosão democrática contra o Estado de Direito”. As ofensas contra a magistrada começaram depois que o ex-deputado discordou de um voto dela no STF. Os ataques, somados a outras infrações praticadas por Jefferson, que descumpriu as regras impostas para sua prisão domiciliar, levaram o ministro Alexandre de Moraes a alterar o regime para fechado. Durante o cumprimento do mandado de prisão, o político disparou granadas e tiros de fuzil que feriram dois agentes da Polícia Federal. Agora, o ex-deputado responde por quatro tentativas de homicídio. Durante sua audiência de custódia, Roberto Jefferson voltou a ofender a ministra e disse que: “Cármen age pior que prostitutas”

Após o ocorrido, entidades de classe, empresário, bispos da Igreja Católica, juristas e a própria Suprema Corte defenderam e manifestaram apoio a Cármen Lúcia. Durante a abertura dos trabalhos do STF desta semana, a ministra Rosa Weber , presidente da corte, leu uma nota de repúdio: “O STF manifesta seu veemente repúdio à agressão sórdida e vil, expressão da mais repulsiva misoginia de que foi vítima a eminente ministra Cármen Lúcia em função de sua atuação jurisdicional no âmbito do Tribunal Superior Eleitoral. Condutas covardes dessa natureza são inadmissíveis em uma democracia, que tem como um de seus pilares a independência da magistratura. Não há como compactuar com um discurso de ódio abjeto e impregnado de discriminação a atingir todas as mulheres e ultrapassar os limites civilizatórios”. Rosa Weber afirmou também que a ministra conta com todo o apoio da Corte: “A democracia é uma conquista diária e o STF continuará na intransigente defesa do Estado Democrático de Direito, porque esta tarefa lhe foi atribuída pela Constituição Federal, ele é o guardião da Constituição Federal e assim continuará. O decano da corte, ministro Gilmar Mendes, também defendeu Cármen Lúcia: “A República democrática sobreviverá. Porque a República é mulher e que bom que temos a honra, alegria e satisfação de contar neste caminho com a eminente ministra Cármen Lúcia”.



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