Lula volta a criticar empresários e diz que rico “gosta” de dever

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar empresários e banqueiros nesta quarta-feira (7). Durante evento no Rio, disse que o Estado deve atender aos pobres, e não aos empresários que, “cada vez que vão à Presidência, só querem saber de pedir bilhões e bilhões”. 

“Tem gente que não precisa do Estado, mas tem muita gente que precisa, e é para essa gente que o Estado precisa existir. O Estado tem obrigação de garantir oportunidade para que todas as pessoas possam vencer na vida. Esse é o papel do Estado. Não é atender os mega empresários que, cada vez que vão à Presidência, só querem saber de pedir bilhões e bilhões”, disse Lula.

O presidente afirmou que rico “gosta” de fazer empréstimos e dever. “O rico gosta de dizer que está devendo. Para ele, é uma coisa charmosa dizer: ‘Eu peguei R$ 5 bilhões no BNDES, juro de longo prazo, 5 anos de carência e vou pagar em 15 anos’”. 

Não é a primeira vez que Lula contrapõe empresários e banqueiros à população. O petista tem um histórico de declarações beligerantes neste sentido:

24/5/2022 – ainda como candidato ao Planalto, Lula fez um comentário sobre o então sistema vigente de teto de gastos públicos. “Eu acho que governo sério não precisa de teto de gastos […] Por que aprovaram o teto de gastos? Porque os banqueiros são gananciosos”;

18/1/2023 – declarou que o empresário “não ganha muito dinheiro porque ele trabalhou; ele ganha muito dinheiro porque os trabalhadores dele trabalharam”. Para o Lula, é preciso ter “contrapartida social”;

6/7/2023 – disse que houve “certa atitude de covardia” do setor industrial do país com a paralisação por 7 anos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial. Para ele, houve falta de cobrança por parte dos empresários nos governos passados;

18/1/2024 – falou que o Brasil não pode ficar “subordinado à pequenez” de quem defende que o governo mantenha a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia.

6/2/2024 – disse que “uma pessoa que tem bom emprego, ganha bom salário, não precisa do governo”. Afirmou que candidatos falam mal de empresários em campanha, mas durante seus mandatos acabam governando de acordo com o interesse desses grupos.