Senado convoca Rui Costa para esclarecer gastos

Senador também pede esclarecimento sobre novo PAC
Por: Brado Jornal 28.mar.2024 às 13h32
Senado convoca Rui Costa para esclarecer gastos
Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

A Comissão de Infraestrutura do Senado vai ouvir o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, sobre a transparência nos gastos ambientais da estatal Itaipu Binacional durante audiência pública agendada para a próxima terça-feira, 2, às 9h. Além disso, ministro também deve dar esclarecimentos sobre novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

No requerimento do senador Esperidião Amin (PP-SC), foi citado o acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU) que determina que a Casa Civil apresente uma proposta de critérios para seleção de investimentos socioambientais e de infraestrutura, a ser apontada nas negociações com o Paraguaia para a revisão do Tratado de Itaipu. Amin repercutiu a preocupação do TCU com a elevação de gastos da estatal sem o devido controle.

Segundo requerimento, o arranjo tem gerado distorções que precisam ser abordadas. Por exemplo, as Demonstrações Contábeis de Itaipu que revelam que foram destinados US$ 407,785 milhões (cerca de R$ 2 bilhões) a programas de “responsabilidade socioambiental” nos primeiros seis meses de 2023. Em 2022, esse montante atingiu US$ 505,2 milhões, equivalente a aproximadamente R$ 2,5 bilhões, em programas dessa natureza.

Já em agosto de 2023, a administração de Itaipu lançou o programa “Itaipu mais que energia”, que destinou R$ 931,5 milhões a projetos sociais, ambientais e de infraestrutura. A verba foi destinada a 399 municípios do Paraná e 35 no Mato Grosso do Sul, incluindo municípios costeiros. “Vale ressaltar que esses gastos discricionários não guardam relação com os royalties obrigatórios, que totalizaram US$ 483,5 milhões em 2022″, mostra documento.

Para o Amin, gastos da Itaipu Binacional com programas de “responsabilidade socioambiental” constituem um verdadeiro orçamento público paralelo, caracterizado pela “escassa transparência”. “Sob a égide do Tratado de Itaipu, a gestão da empresa tem incorporado uma série de despesas não relacionadas ao setor elétrico nas tarifas da energia elétrica compulsoriamente adquirida pelos consumidores brasileiros, sem que haja a possibilidade de fiscalização por qualquer órgão de controle externo”, avalia.

A audiência pública também terá um debate mais profundo sobre o novo PAC. O programa, lançado em agosto de 2023, evolve um investimento de R$ 1,7 trilhão. Segundo o senador Confúcio Moura (MDB-RO), autor do requerimento, sem a devida fiscalização, as falhas das versões anteriores do PAC poderão se repetir. “Tal quadro não poderá se repetir nessa nova versão, sobretudo considerando a atual situação fiscal do país”, disse o parlamentar.

“O PAC 1 e o PAC 2 custaram aos cofres públicos quase R$ 700 bilhões e, embora tenham contribuído para importantes obras no país, tiveram também falhas que resultaram em cortes de recursos, redução de investimentos e obras paralisadas. Segundo TCU, o índice de conclusão das obras do PAC ficou abaixo de 10% na primeira versão do programa (entre 2007 e 2010) e pouco mais de 25% na segunda versão (a partir de 2010)”.


Fonte: Rafaela Ferreira/Estadão  



📲 Baixe agora o aplicativo oficial da BRADO
e receba os principais destaques do dia em primeira mão
O que estão dizendo

Deixe sua opinião!

Assine agora e comente nesta matéria com benefícos exclusivos.

Sem comentários

Seja o primeiro a comentar nesta matéria!

Carregar mais
Carregando...

Carregando...

Veja Também
Tarcísio propõe concessões econômicas para amenizar tarifas de Trump contra o Brasil
Governador sugere "vitória" para Trump em meio a tensões comerciais e políticas com os EUA
Assembleia da Bahia investe R$ 9,8 milhões em aluguel de SUVs de luxo para deputados
Contrato com a Epic Serviços garante 63 veículos Toyota SW4 para parlamentares
Correntina enfrenta polêmica com compra milionária de 110 mil pastéis
Contratos com panificadoras geram questionamentos em município baiano
Otoni de Paula critica Carlos Bolsonaro e alerta para divisão na direita
Parlamentar do MDB rebate filho de Jair Bolsonaro e defende unidade para 2026
Barroso descarta aposentadoria antecipada e afirma estar satisfeito
Ministro do STF nega rumores sobre saída precoce da Corte
Zema critica postura de Eduardo Bolsonaro nos EUA e defende prioridade ao Brasil
Governador de Minas Gerais questiona articulações do deputado com governo Trump e reforça união da direita para 2026
Carregando..