O ex-presidente Jair Bolsonaro foi colocado em prisão domiciliar nesta segunda-feira, 4 de agosto de 2025, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), devido ao descumprimento de medidas cautelares. A determinação foi motivada, em grande parte, por ações do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que publicou conteúdo nas redes sociais e envolveu o pai em uma interação com manifestantes, contrariando ordens judiciais.
No domingo, 3 de agosto, durante protestos em apoio a Bolsonaro em diversas cidades, Flávio compartilhou no Instagram uma imagem do ex-presidente acompanhando o ato de Copacabana pelo celular. Na legenda, o senador incluiu uma mensagem atribuída a Bolsonaro: “‘Boa tarde, Copacabana. Boa tarde, meu Brasil. Um abraço a todos. É pela nossa liberdade. Estamos juntos’, disse Jair Bolsonaro.” A publicação foi posteriormente removida. Além disso, Flávio colocou o pai para falar por viva-voz com os manifestantes no Rio de Janeiro, ampliando a exposição do ex-presidente.
Alexandre de Moraes destacou na decisão: “Agindo ilicitamente, o réu Jair Messias Bolsonaro se dirigiu aos manifestantes reunidos em Copacabana, no Rio de Janeiro, produzindo dolosa e conscientemente material pré-fabricado para seus partidários continuarem a tentar coagir o Supremo Tribunal Federal e obstruir a Justiça, tanto que, o telefonema com o seu filho, Flávio Nantes Bolsonaro, foi publicado na plataforma Instagram.” O ministro apontou que tais ações violaram as restrições impostas desde 18 de julho, quando Bolsonaro passou a usar uma tornozeleira eletrônica e foi proibido de utilizar redes sociais, seja diretamente ou por terceiros.
Outras ações dos filhos de Bolsonaro também foram citadas. Carlos Bolsonaro (PL-RJ), vereador no Rio de Janeiro, publicou uma foto do ex-presidente ao lado de uma piscina, afirmando que “Alexandre de Moraes não vai conseguir calar um país inteiro.” Já Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que reside nos Estados Unidos, mencionou possíveis novas sanções contra ministros do STF, referindo-se à Lei Magnitsky. Durante o mesmo fim de semana, Bolsonaro participou de uma videochamada com o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) em um ato na Avenida Paulista, em São Paulo, o que também foi considerado uma infração às medidas cautelares.
A decisão de Moraes inclui a apreensão do celular de Bolsonaro e a proibição de receber visitas, exceto de familiares próximos e advogados autorizados. A defesa do ex-presidente anunciou que irá recorrer, alegando que as ações não configuram crime ou descumprimento das restrições impostas.
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