Ricardo Nunes endossa campanha contra o antissemitismo e questiona decisão do governo Lula

Prefeito de São Paulo participa de iniciativa da Federação Israelita e critica saída do Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto
Por: Brado Jornal 15.ago.2025 às 07h22
Ricardo Nunes endossa campanha contra o antissemitismo e questiona decisão do governo Lula
Reprodução
Em um vídeo gravado no Memorial do Holocausto, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), manifestou apoio à campanha “Diga Não ao Antissemitismo”, promovida pela Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) e pelo Memorial do Holocausto. Divulgado em 13 de agosto de 2025, o material destaca o compromisso da capital paulista em combater o ódio contra judeus. “A gente não pode de forma nenhuma esquecer tudo que aconteceu para que a gente possa trabalhar para que nunca mais aconteça”, declarou Nunes, referindo-se ao Holocausto.

Nunes também elogiou a contribuição da comunidade judaica para o desenvolvimento de São Paulo e criticou a decisão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de retirar o Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), onde o país atuava como observador desde 2021. A saída ocorreu no final de julho de 2025.

Campanha ganha força com participações marcantes

A campanha “Diga Não ao Antissemitismo” já alcançou mais de 5 milhões de visualizações nas redes sociais e conta com a participação de sobreviventes do Holocausto, como Ariella Segre, Gabriel Waldman, Suzana Venetianer e Stefan Lippmann, além de figuras públicas como o líder religioso Estevam Hernandes e o cantor Roger, da banda Ultraje a Rigor.

Tensões diplomáticas com Israel

A retirada do Brasil da IHRA gerou críticas do Ministério das Relações Exteriores de Israel, que classificou a decisão como “imprudente e vergonhosa”. Em publicação na rede social X, o ministério afirmou: “Em uma época em que Israel luta por sua própria existência, voltar-se contra o Estado judeu e abandonar o consenso global contra o antissemitismo é imprudente e vergonhoso”.

Israel também criticou a adesão do Brasil a uma ação na Corte Internacional de Justiça (CIJ), iniciada pela África do Sul em janeiro de 2024, que acusa o país de “conduta genocida” e “assassinato em massa de civis” na Faixa de Gaza. O ministério israelense considerou a decisão brasileira de se unir à ação na CIJ, aliada à saída da IHRA, como “uma demonstração de uma profunda falha moral”.

Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil emitiu nota em 23 de julho de 2025, justificando a adesão à ação na CIJ com base na Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio. A nota destaca o “dever dos Estados de cumprir com suas obrigações de Direito Internacional e de Direito Internacional Humanitário, frente à plausibilidade de que os direitos dos palestinos de proteção contra atos de genocídio estejam sendo irreversivelmente prejudicados”, conforme decisão da CIJ em medidas cautelares de 2024. A Convenção do Genocídio, criada após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), visa prevenir crimes contra a humanidade, termo instituído para descrever o extermínio de judeus durante o regime nazista.


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