Na noite de terça-feira, 19 de agosto de 2025, um jantar na residência de Antonio de Rueda, presidente da federação entre União Brasil e PP, no Lago Sul, em Brasília, marcou o início da articulação da direita e centro-direita para a eleição presidencial de 2026. O evento reuniu 12 governadores, presidentes de seis partidos políticos e figuras como o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), além de senadores e deputados, consolidando a federação como a maior força da Câmara e principal oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Duas estratégias principais foram discutidas para a disputa presidencial. A primeira prevê que cada um dos seis partidos – União Brasil, PP, MDB, Republicanos, PL e PSD lance seu próprio candidato no primeiro turno, unindo-se em torno de quem avançar ao segundo turno, possivelmente contra Lula, que já manifestou intenção de buscar a reeleição. A segunda alternativa é a formação de uma candidatura única desde o início, com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sendo apontado como o nome capaz de unificar o campo anti-PT e anti-Lula.
Governadores e lideranças presentes
O encontro contou com a participação dos seguintes governadores:
- Antonio Denarium (PP) – Roraima
- Cláudio Castro (PL) – Rio de Janeiro
- Eduardo Riedel (PP) – Mato Grosso do Sul
- Gladson Cameli (PP) – Acre
- Ibaneis Rocha (MDB) – Distrito Federal
- Jorginho Mello (PL) – Santa Catarina
- Marcos Rocha (União Brasil) – Rondônia
- Mauro Mendes (União Brasil) – Mato Grosso
- Ratinho Jr. (PSD) – Paraná
- Romeu Zema (Novo) – Minas Gerais
- Tarcísio de Freitas (Republicanos) – São Paulo
- Wilson Lima (União Brasil) – Amazonas
Também estiveram presentes os vice-governadores Lucas Ribeiro (Paraíba) e Celina Leão (PP, Distrito Federal). Os presidentes dos partidos representados foram:
- Antonio de Rueda – União Brasil
- Baleia Rossi – MDB
- Ciro Nogueira – PP
- Marcos Pereira – Republicanos
- Valdemar Costa Neto – PL
- Gilberto Kassab – PSD
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), defendeu a estratégia de candidaturas próprias no primeiro turno, sendo ele mesmo um pré-candidato. Já Gilberto Kassab, presidente do PSD, apoia a ideia de candidaturas individuais, mas vê Tarcísio de Freitas como um possível nome de consenso para unir a direita e a centro-direita desde o início.
O presidente do PP, Ciro Nogueira, destacou a relevância do encontro: “Um dia o encontro de hoje [19.ago.2025] será lembrado da mesma forma como quando Tancredo Neves se desincompatibilizou do governo de Minas Gerais e começou sua jornada para trazer de volta a democracia. Hoje é um marco do fim de uma era e o começo de uma nova etapa da História do país. Quem viver verá.”
Ciro Gomes e o União Brasil
Ciro Gomes, ex-governador do Ceará e figura histórica do PDT, também participou do jantar. Segundo apurações, ele está de saída do PDT e deve se filiar ao União Brasil. Especula-se que Ciro possa disputar a Presidência, ser vice em uma chapa de centro-direita ou concorrer ao governo do Ceará em 2026, cargo que ocupou entre 1991 e 1994. Ele também já foi ministro da Fazenda (1994-1995) e ocupou outros cargos no governo federal.
Contexto político
O jantar ocorre em um momento em que a direita busca se reorganizar, especialmente diante da provável inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusado de tentativa de golpe de Estado. A federação União Brasil-PP, recém-oficializada, emerge como a maior força no Congresso, fortalecendo a oposição ao governo Lula e pavimentando o caminho para as articulações de 2026.
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