O Partido Liberal (PL) tem atuado nos bastidores para proteger o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes de possíveis sanções dos Estados Unidos. Mensagens obtidas pela Polícia Federal indicam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) orientou seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), a evitar críticas ao decano do STF. Eduardo, que está nos EUA desde fevereiro de 2025 articulando medidas contra magistrados brasileiros, recebeu a ordem direta do pai: “Não. Esqueça qualquer crítica ao Gilmar.”
De acordo com informações da jornalista Bela Megale, do jornal O Globo, a iniciativa reflete a intenção do PL de manter Gilmar Mendes como um canal estratégico de diálogo com o Supremo. Um dirigente do partido destacou a importância dessa relação: “Seria muito ruim ter Gilmar sancionado. Ele é nosso principal canal de conversa com o Supremo. Não podemos perder isso.” O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também reforça a relevância dessa conexão.
Recentemente, Gilmar participou de um café da manhã em Brasília com Valdemar, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e o senador Rogério Marinho (PL-RN). Além disso, manteve contatos telefônicos com aliados de Bolsonaro, garantindo que as sanções americanas não influenciariam as decisões do STF.
Durante o evento do grupo Esfera, em São Paulo, no dia 25 de agosto de 2025, Gilmar Mendes abordou sua menção nas conversas entre Jair e Eduardo Bolsonaro. Ele destacou sua postura de diálogo com diferentes espectros políticos: “Nesses tempos não [conversei com Bolsonaro], mas tive muitas conversas com ele no passado e recebi muitos interlocutores. Como recebo de todos os lados. Todos sabem que eu converso com todos os lados da política há muito tempo.”
As mensagens reveladas pela PF mostram que, em 27 de junho, Eduardo enviou três arquivos ao pai, cujo conteúdo não foi recuperado. Jair Bolsonaro vetou qualquer divulgação que envolvesse críticas ao ministro. Em outra troca de mensagens, o ex-presidente mencionou conversas com outros ministros do STF, indicando que “todos ou quase todos demonstram preocupação com as sanções” impostas pelos EUA com base na Lei Magnitsky.
No mesmo evento em São Paulo, Gilmar defendeu o colega Alexandre de Moraes, principal alvo de Eduardo Bolsonaro e aliados do ex-presidente. “Não tem nenhuma justificativa para a aplicação dessa legislação draconiana contra Alexandre de Moraes ou contra qualquer outro colega que está cumprindo as suas funções,” afirmou. Ele também destacou a unidade do STF e o papel de Moraes na contenção de ameaças golpistas: “Tenho a impressão que a ampla maioria do tribunal tem o reconhecimento e a percepção de que talvez nós não estivéssemos aqui hoje, não fora a ação do ministro Alexandre de Moraes, de sua liderança.”
Notas originais preservadas:
- “Não. Esqueça qualquer crítica ao Gilmar” – Jair Bolsonaro.
- “Seria muito ruim ter Gilmar sancionado. Ele é nosso principal canal de conversa com o Supremo. Não podemos perder isso” – Dirigente do PL.
- “Nesses tempos não [conversei com Bolsonaro], mas tive muitas conversas com ele no passado e recebi muitos interlocutores. Como recebo de todos os lados. Todos sabem que eu converso com todos os lados da política há muito tempo” – Gilmar Mendes.
- “Não tem nenhuma justificativa para a aplicação dessa legislação draconiana contra Alexandre de Moraes ou contra qualquer outro colega que está cumprindo as suas funções” – Gilmar Mendes.
- “Tenho a impressão que a ampla maioria do tribunal tem o reconhecimento e a percepção de que talvez nós não estivéssemos aqui hoje, não fora a ação do ministro Alexandre de Moraes, de sua liderança” – Gilmar Mendes.
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