O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, marcado para ocorrer entre os dias 2 e 12 de setembro de 2025, na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), motivou a adoção de um esquema especial de segurança em Brasília. As medidas incluem proteção reforçada no Palácio do Planalto, na residência oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Palácio da Alvorada, e nas imediações do STF. A iniciativa busca garantir a ordem durante as sessões que analisam a suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, liderada por Bolsonaro e outros réus.
As autoridades de segurança do Distrito Federal e do governo federal elaboraram um plano específico para os cinco dias de sessões, considerando o risco de manifestações, especialmente por conta da proximidade com o feriado de 7 de Setembro, quando apoiadores de Bolsonaro já anunciaram atos. “O esquema de segurança considera dois agravantes de risco. O primeiro é o fato de o julgamento ocorrer em meio às comemorações da Independência”, informou a Folha de S.Paulo, destacando a possibilidade de tensão devido à polarização política.
O STF também implementou ações preventivas, como varreduras nas residências dos ministros e a presença de policiais 24 horas por dia na sede do tribunal, com agentes de outros estados reforçando o efetivo. Um dormitório foi improvisado no STF para acomodar os policiais durante o período. “Os policiais requisitados dos outros tribunais já estão na sede do tribunal, em Brasília, onde foi improvisado um dormitório para que eles permaneçam no local 24 horas por dia”, detalhou a Folha.
Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar, manifestou a aliados o desejo de comparecer presencialmente a algumas sessões, o que pode demandar ainda mais reforço na segurança. “Bolsonaro tem dito a pessoas próximas que gostaria de estar na corte em algumas das sessões e ficar de frente aos ministros que ele considera algozes, mas ainda avalia se a situação seria boa politicamente para ele”, relatou a Folha. Caso opte por estar presente, a segurança será intensificada devido ao seu status de ex-presidente e ao potencial de comoção pública.
O julgamento, conduzido pela Primeira Turma do STF, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, analisará a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro e outros sete réus, incluindo militares, por crimes como tentativa de golpe de Estado e organização criminosa. As sessões, presididas pelo ministro Cristiano Zanin, seguirão o rito previsto no Regimento Interno do STF e na Lei 8.038/1990. “A primeira sessão será aberta por Zanin, no dia 2 de setembro às 9h”, informou o UOL.
A expectativa é que o julgamento gere forte repercussão, com possíveis reflexos políticos e sociais. Um pedido de vista, que pode suspender temporariamente o processo por até 90 dias, não está descartado. “Pelo regimento interno, qualquer integrante da Corte pode pedir mais tempo para analisar o caso e suspender o julgamento”, destacou o UOL. Além disso, a possibilidade de novas sanções internacionais, como as já aplicadas pelos Estados Unidos contra Moraes sob a Lei Magnitsky, aumenta a tensão em torno do caso.
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