Durante o lançamento do programa Gás do Povo, em Belo Horizonte, Minas Gerais, nesta quinta-feira (4.set.2025), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva repreendeu publicamente o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, por sua explicação considerada pouco clara sobre o funcionamento da iniciativa. Lula interrompeu o ministro, destacando que a apresentação foi insuficiente para esclarecer o público. “Eu vou chamar o Alexandre Silveira porque ele falou muito rapidamente como é que vocês devem fazer para pegar o gás. Eu tenho certeza que se eu perguntar, ninguém entendeu. E não tem coisa pior do que a gente sair de um jogo de futebol sem saber quanto foi o resultado”, afirmou o presidente.
A cerimônia, realizada no Aglomerado da Serra, maior favela da capital mineira, marcou a substituição do antigo Auxílio Gás pelo novo programa. O Gás do Povo prevê a entrega direta de botijões de gás de cozinha a 15,5 milhões de famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), com renda per capita de até meio salário mínimo (R$ 759). A iniciativa deve beneficiar cerca de 50 milhões de pessoas, com a meta de distribuir 65 milhões de botijões por ano, sendo 58 milhões já em 2026. Diferentemente do modelo anterior, que repassava valores em dinheiro, o novo programa fornecerá o botijão diretamente em 58 mil pontos de distribuição credenciados, sem transferência financeira.
Lula voltou a orientar Silveira durante o evento, pedindo clareza na comunicação. “Fala devagar, pausadamente, para todo mundo entender. E põe mais perto da boca o microfone”, disse. O programa, que será custeado com recursos públicos, tem R$ 3,57 bilhões alocados na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025 e mais R$ 5,1 bilhões previstos no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026. Segundo a Petrobras, o preço médio do botijão de gás (GLP) foi de R$ 107,73 na semana de 24 a 30 de agosto de 2025, com a estatal respondendo por R$ 34,74 (32,2%) do valor, enquanto distribuição, revenda e impostos compõem o restante.
O evento em Belo Horizonte também teve peso político, com a presença do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e outras autoridades. A escolha da cidade reforça estratégias eleitorais, já que Silveira é cotado para disputar o Senado em 2026, e Pacheco, o governo de Minas Gerais. O programa é apontado como uma das maiores ações de acesso a gás de cozinha no mundo, com foco em combater a pobreza energética e reduzir o uso de lenha e outros combustíveis perigosos.
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