Durante visita ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), detido preventivamente desde sábado (22.nov) na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) declarou nesta terça-feira (25.nov.2025) que o pai solicitou explicitamente aos líderes do Congresso a inclusão em pauta do projeto que concede perdão aos participantes dos eventos de 8 de Janeiro.
Segundo Flávio, a oposição conta com apoio suficiente para aprovar a proposta tanto na Câmara quanto no Senado. “Vamos pressionar para que o texto entre em votação, e o trâmite no Legislativo definirá o resultado pela maioria”, explicou ele, destacando que o Partido Liberal (PL) planeja a análise do projeto ainda nesta semana ou na seguinte.
A movimentação ocorre após a reunião de líderes prevista para esta terça-feira (25.nov), em um contexto de ruptura entre os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), com os representantes do governo nas duas Casas.
Flávio mencionou que a oposição pretende recorrer a emendas para moldar o conteúdo do relatório elaborado pelo deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), priorizando a anistia em vez de ajustes na dosimetria das penas.
“Bolsonaro nos orientou a persistir nas conversas com Hugo Motta e Davi Alcolumbre, algo que já havíamos reivindicado durante as eleições deles para chefia das Casas”, relatou o senador, enfatizando tratar-se de uma orientação pessoal do ex-presidente.
Quanto às condições de custódia, Flávio criticou a proibição imposta por alguém não identificado de que a família leve alimentos ao detido. Ele explicou que Jair Bolsonaro seguia uma dieta específica preparada pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, adaptada às necessidades médicas decorrentes de problemas intestinais e sequelas cirúrgicas.
“Existe receio de interferência na comida fornecida lá dentro, sem desconfiança direta dos agentes federais, mas quanto à procedência até chegar a ele”, pontuou Flávio.
Sobre os recursos judiciais, a defesa de Bolsonaro não protocolou embargos de declaração contra a sentença por tentativa de golpe de Estado até o fim do prazo, na segunda-feira (24.nov) às 23h59. Esse tipo de recurso visa esclarecer ambiguidades ou falhas no acórdão, sem alterar a condenação em si.
Ainda assim, embargos infringentes permanecem como opção para revisar a pena, embora o Supremo Tribunal Federal (STF) exija pelo menos dois votos favoráveis à absolvição para sua admissão – no caso, apenas o ministro Luiz Fux discordou da maioria.
Flávio admitiu desconhecer os detalhes da tática dos advogados, mas expressou confiança de que recorrerão aos embargos infringentes. Para ele, a solução mais razoável seria a prisão domiciliar, considerando a idade de 70 anos do ex-presidente.
“Aqui ele fica isolado na cela. Michelle relatou em evento do PL que cuida dele à noite durante crises de soluço, ajustando a posição da cama com precisão. Sem ninguém para ajudar, é claro que deveria estar em casa”, argumentou o senador.
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