A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga fraudes no INSS obteve documentos e depoimentos da Polícia Federal apontando proximidade entre Fábio Luís Lula da Silva, filho mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, conforme divulgou o Poder360 nesta quinta-feira (4).
Entre os materiais repassados à CPMI está o depoimento prestado à PF em 29 de outubro por Edson Claro, antigo funcionário de Antunes. Segundo o relato, citado pelo veículo, Fábio Luís teria recebido cerca de R$ 25 milhões em espécie ou outra moeda não identificada, além de pagamentos mensais de aproximadamente R$ 300 mil. O ex-funcionário também mencionou viagens conjuntas dos dois a Portugal.
O acesso aos documentos foi feito por meio de membros da comissão. Em outubro, a convocação de Edson Claro para depor na CPMI foi apresentada, mas rejeitada após obstrução de parlamentares da base governista.
Conversas de WhatsApp coletadas na investigação trazem referências a Fábio Luís e expressam preocupação com possível associação dele aos negócios da World Cannabis, empresa vinculada a Antunes e suspeita de servir como instrumento para lavar dinheiro desviado de beneficiários do INSS por meio de descontos indevidos.
Apesar dos indícios de relacionamento próximo com investigados, a Polícia Federal ainda não encontrou provas de participação direta de Lulinha nas fraudes em si. Dentro da corporação há divisão: parte dos investigadores defende o aprofundamento imediato da apuração; outra ala avalia que os elementos disponíveis continuam insuficientes para caracterizar crime. Até agora, prevalece a conclusão de que não há vínculo comprovado entre o filho do presidente e os descontos fraudulentos.
A CPMI deve votar nos próximos dias a convocação de Fábio Luís Lula da Silva para prestar esclarecimentos.
Deixe sua opinião!
Assine agora e comente nesta matéria com benefícos exclusivos.
Sem comentários
Seja o primeiro a comentar nesta matéria!
Carregando...