Israel está considerando um ataque às instalações nucleares do Irã, segundo novas informações de inteligência obtidas pelos Estados Unidos, mesmo enquanto o governo de Donald Trump busca um acordo diplomático com Teerã. Fontes americanas, familiarizadas com os dados, revelaram à CNN que os preparativos israelenses incluem movimentação de munições aéreas e a realização de um exercício militar aéreo, indicando a possibilidade de uma ofensiva iminente. No entanto, há incertezas sobre uma decisão final, com divergências no governo americano sobre a probabilidade de Israel agir.
Contexto das negociações e tensões
As negociações entre EUA e Irã, mediadas por Omã, estão travadas, especialmente pela exigência americana de que Teerã interrompa o enriquecimento de urânio, essencial tanto para energia nuclear quanto para armas nucleares. O enviado especial Steve Witkoff afirmou à ABC News que os EUA não aceitarão “nem 1% de capacidade de enriquecimento” em um eventual acordo. Em resposta, o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, declarou nesta terça-feira (20.mai.2025) que considera a exigência um “grande erro” e que o Irã não renunciará ao seu direito de enriquecimento, garantido pelo Tratado de Não Proliferação Nuclear. Khamenei também expressou pessimismo sobre o sucesso das negociações.
Pressões e estratégias
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, enfrenta um dilema: evitar um acordo EUA-Irã que Israel considere insuficiente, sem comprometer a relação com Trump, que já divergiu do líder israelense em questões de segurança. Jonathan Panikoff, ex-funcionário de inteligência, destacou que as decisões de Israel dependerão das ações de Trump nas negociações. Uma fonte israelense afirmou à CNN que, caso os EUA cheguem a um “acordo ruim” com o Irã, Israel estaria preparado para agir militarmente por conta própria. No entanto, sem apoio americano, como reabastecimento em voo e bombas específicas, Israel não teria capacidade para destruir completamente o programa nuclear iraniano, segundo relatórios de inteligência.
Cenário regional e inteligência
A possibilidade de um ataque israelense cresceu nos últimos meses, impulsionada pela fragilidade militar do Irã após bombardeios israelenses em outubro de 2024, que danificaram instalações de mísseis e defesas aéreas, além de sanções econômicas e perdas de aliados regionais. Comunicações interceptadas e movimentos militares reforçam a percepção de que Israel vê uma janela de oportunidade. Contudo, fontes sugerem que tais ações podem ser uma estratégia para pressionar o Irã a ceder nas negociações. Um ataque, porém, poderia escalar o conflito no Oriente Médio, algo que os EUA tentam evitar desde a intensificação das tensões com a guerra em Gaza, iniciada em 2023.
Esforços diplomáticos e riscos
Trump estabeleceu um prazo de 60 dias para avanços nas negociações, em uma carta enviada a Khamenei em março de 2025, segundo uma fonte. Com o prazo expirado e as conversas estagnadas, um diplomata ocidental relatou que Trump sinalizou ter apenas semanas antes de considerar ações militares. Apesar disso, a Casa Branca mantém a diplomacia como prioridade. Uma avaliação de inteligência de fevereiro de 2025 indicou que Israel poderia usar aeronaves ou mísseis de longo alcance, aproveitando as defesas aéreas enfraquecidas do Irã, mas tais ataques teriam impacto limitado no programa nuclear iraniano. A CNN buscou comentários do Conselho de Segurança Nacional, do gabinete de Netanyahu e da Embaixada de Israel em Washington, sem resposta até o momento.
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