Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), e da Rússia, Vladimir Putin (independente), se encontram nesta sexta-feira, 15 de agosto de 2025, em Anchorage, no Alasca, para debater o fim da guerra na Ucrânia, que já se estende por três anos e meio. A reunião, que ocorre na base militar de Elmendorf-Richardson, é a primeira entre os dois líderes desde 2019 e inclui uma sessão privada com tradutores e um encontro ampliado com suas delegações, seguido de uma entrevista coletiva à imprensa, conforme confirmado pela Casa Branca.
Propostas e tensões em torno do conflito
A cúpula foi anunciada após uma reunião em 6 de agosto entre Putin e o enviado especial de Trump, Steve Witkoff, coincidindo com o término do prazo estipulado pelos EUA para que a Rússia aceitasse um cessar-fogo, sob ameaça de sanções secundárias a países que compram petróleo russo.
“The President feels like, look, I’ve got to look at this guy across the table. ... I want to look this guy in the eye. I think we’re going to know very early in that meeting whether this thing has any chance of success or not,” disse o Secretário de Estado Marco Rubio em entrevista na terça-feira.
Trump, que desde seu retorno à Casa Branca em janeiro de 2025 mantém contato com Putin apenas por telefone, expressou intenção de propor concessões econômicas, incluindo acesso a recursos naturais do Alasca, minerais raros da Ucrânia e a suspensão de sanções contra a indústria aeronáutica russa. Ele também mencionou a possibilidade de “algumas trocas de territórios” para alcançar a paz, ideia que gerou resistência. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky (Servo do Povo), rejeitou ceder territórios, afirmando: “Ukrainians will not gift their land to the occupier.” Putin, por sua vez, sinalizou interesse em reivindicar Donetsk e Luhansk, mantendo posições em Zaporizhia e Kherson, propostas que Kiev considera inaceitáveis sem um cessar-fogo prévio.
Autoridades ucranianas e europeias expressam preocupação de que Trump possa favorecer Putin, pressionando Zelensky a aceitar grandes concessões. Trump afirmou que apenas Rússia e Ucrânia podem firmar acordos finais, mas sugeriu que a reunião pode preparar o terreno para futuras negociações, possivelmente incluindo Zelensky. “I want to see what he’s prepared to offer, and how serious he is about making peace,” declarou Trump na quarta-feira. Ele também planeja contatar Zelensky e líderes europeus após o encontro para relatar os resultados.
Além da guerra na Ucrânia, o Kremlin indicou que controle de armas e cooperação econômica podem estar na pauta, enquanto Trump busca evitar novas sanções e avançar em direção a um cessar-fogo. A reunião ocorre em um contexto de tensões, com Trump alertando para “very severe consequences” caso Putin não aceite um acordo.
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