O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou que os Estados Unidos posicionaram oito embarcações militares, incluindo um submarino, com 1.200 mísseis apontados para o território venezuelano. Em uma coletiva de imprensa realizada em Caracas, ele classificou a mobilização como "a maior ameaça à América Latina do último século" e afirmou que o país está preparado para uma "luta armada" caso seja atacado. "Se a Venezuela for agredida, passaria imediatamente ao período de luta armada em defesa do território nacional e da história e do povo da Venezuela", destacou Maduro.
A operação militar americana, segundo o governo de Donald Trump, tem como objetivo combater cartéis de drogas na região do Caribe. No entanto, Maduro rejeita a justificativa, considerando-a uma "ameaça extravagante, injustificável, imoral e absolutamente criminosa, sangrenta". Ele acusou os EUA de aplicarem "pressão militar máxima" após tentativas frustradas de outros tipos de confrontos, como a guerra híbrida. "A Venezuela nunca vai ceder a chantagens nem a ameaças de nenhum tipo", reforçou o presidente venezuelano.
Em resposta à movimentação americana, Maduro anunciou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos para proteger o território nacional. Ele também destacou a convocação de 5 milhões de reservistas, enfatizando a prontidão do país para enfrentar qualquer cenário. "Estamos em um período especial de preparação máxima. E em qualquer circunstância, vamos garantir o funcionamento do país", afirmou.
A frota americana, que inclui destróieres como o USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson, equipados com o sistema de combate Aegis, além de navios anfíbios como o USS San Antonio, USS Iwo Jima e USS Fort Lauderdale, transporta cerca de 4.500 militares, incluindo 2.200 fuzileiros navais. Há também relatos de voos de aviões espiões P-8 Poseidon na região, operando em águas internacionais.
Analistas apontam que o armamento mobilizado, como mísseis Tomahawk de longo alcance, é desproporcional para operações antidrogas, sugerindo intenções de ataque ou pressão militar contra o regime de Maduro. A Venezuela, por sua vez, possui um arsenal militar limitado e defasado em comparação ao poderio americano, o que restringe sua capacidade defensiva. Apesar disso, Maduro garantiu que o país está "mais preparado para defender a paz, a soberania e a integridade territorial".
O governo venezuelano enviou uma carta à ONU, solicitando que a organização pressione os EUA a respeitarem a soberania do país. No documento, Maduro classificou a mobilização americana como uma "ameaça gravíssima" e pediu intervenção para evitar "políticas de força que ponham em risco a paz e a segurança internacional". Até o momento, a ONU não se pronunciou sobre o assunto.
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