Sepultamento de Luis Fernando Verissimo ocorre em Porto Alegre

Cerimônia restrita marca despedida do escritor gaúcho
Por: Brado Jornal 01.set.2025 às 07h59
Sepultamento de Luis Fernando Verissimo ocorre em Porto Alegre
Reprodução
O escritor Luis Fernando Verissimo, falecido aos 88 anos, foi sepultado no sábado, 30 de agosto de 2025, no Cemitério São Miguel e Almas, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. A cerimônia de enterro, restrita à família, ocorreu no final da tarde, após um velório público realizado no Salão Nobre Júlio de Castilhos, na Assembleia Legislativa do estado. Verissimo morreu na madrugada do mesmo dia, por complicações de uma pneumonia, após estar internado desde 11 de agosto na UTI do Hospital Moinhos de Vento, na capital gaúcha.

O velório, aberto ao público, começou por volta das 11h30 e se estendeu até cerca de 16h45, reunindo familiares, amigos, admiradores e autoridades. O caixão, coberto com a bandeira do Internacional, clube pelo qual o escritor era torcedor apaixonado, foi levado em cortejo até o cemitério, onde Verissimo foi sepultado ao lado de sua mãe, Mafalda, e de sua avó, Lucinda. O corpo de seu pai, o também escritor Érico Verissimo, está no mesmo local.

Nascido em Porto Alegre em 26 de setembro de 1936, Luis Fernando Verissimo construiu uma carreira marcante como cronista, romancista, cartunista e roteirista. Autor de mais de 70 livros, com cerca de 5,6 milhões de cópias vendidas, ele alcançou notoriedade com obras como O Analista de Bagé (1981), As Mentiras que os Homens Contam (1989) e Comédias da Vida Privada (1994). Sua escrita, conhecida pelo humor afiado e pela observação do cotidiano da classe média brasileira, também se destacou em colunas publicadas em jornais como O Estado de S. Paulo, O Globo e Zero Hora.

Verissimo enfrentava problemas de saúde nos últimos anos, incluindo Parkinson, sequelas de um acidente vascular cerebral (AVC) em 2021 e complicações cardíacas, que exigiram a implantação de um marca-passo em 2016. Ele deixa a esposa, Lúcia Helena Massa, três filhos Fernanda, Mariana e Pedro e dois netos.

Diversas personalidades prestaram homenagens. O governador Eduardo Leite decretou três dias de luto oficial no Rio Grande do Sul, afirmando que “o Rio Grande do Sul se despede de um gênio da escrita, mas suas histórias seguirão entre nós, pois são imortais”. O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, destacou que “a cultura do Rio Grande do Sul e do Brasil tem um lugar reservado para Verissimo”. O ex-governador Tarso Genro descreveu o escritor como “um dos grandes intelectuais do nosso tempo no Brasil”, elogiando seu “fino senso de ironia” e “paixão enorme pelo país”. Já o ex-governador Olívio Dutra afirmou: “Um escritor com enorme sensibilidade sobre o cotidiano da vida das pessoas. Ele teve uma relação muito próxima com o povo gaúcho, com a ideia de que o ser humano é um universo em si, e ele foi debulhando esse universo em suas crônicas”.

O clube Internacional publicou uma nota relembrando a crônica Não me acordem, sobre o título mundial de 2006, destacando Verissimo como “um colorado que, com sua escrita, marcou o imaginário do povo brasileiro”. O jornalista Arthur Dapieve, em entrevista à GloboNews, afirmou que o legado de Verissimo “não vai se esvair”. A Academia Brasileira de Letras também lamentou a perda, enaltecendo sua trajetória e contribuição para a literatura brasileira.


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