No Pantanal sul-mato-grossense, Jorge Avalo, um caseiro de 60 anos, foi vítima fatal de um ataque de onça-pintada em 21 de abril. Segundo a Polícia Civil do Mato Grosso do Sul (PCMS), o laudo necroscópico do Núcleo Regional de Medicina Legal de Aquidauana apontou que a morte resultou de um “choque neurogênico agudo” causado por uma mordida perfuro-contundente na cabeça e na coluna cervical. Investigações complementares, incluindo análises de DNA e do local do incidente, estão em curso para esclarecer detalhes do caso, mas os resultados ainda não foram concluídos.
Reabilitação e transferência da onça
A onça-pintada responsável pelo ataque, um macho de 94 quilos, está em recuperação no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) em Campo Grande. Chegou ao centro em estado crítico, com desidratação severa, problemas hepáticos, insuficiência renal e 26 quilos abaixo do peso ideal. Conforme o último boletim médico, o animal evoluiu bem, com respiração normal, boa alimentação e saúde estável. Nos próximos dias, será transferido, mas o governo não revelou o destino. Mais informações sobre a transferência serão divulgadas em breve.
Futuro do animal e manejo
Após a recuperação, a onça não retornará à mata de origem. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) decidirão seu destino, que pode ser um recinto temporário ou permanente em uma instituição apta a receber fauna silvestre. O animal será incluído no Programa de Manejo Populacional da Onça-Pintada, coordenado pelo ICMBio, voltado à preservação da espécie nos biomas brasileiros.
Causas do ataque em investigação
O ataque, considerado atípico, está sob investigação para identificar suas motivações. Onças-pintadas raramente atacam humanos, que não são presas naturais, e costumam evitar contato. Possíveis razões incluem escassez de alimento, comportamento defensivo, período reprodutivo ou ações da vítima. A presença de “ceva” — alimento usado para atrair animais silvestres — foi confirmada no local, prática que é crime ambiental e pode alterar o comportamento dos animais, reduzindo seu temor por humanos. Imagens de câmeras de segurança e vídeos da rotina dos animais estão sendo analisados, assim como amostras biológicas (fezes e sangue) da onça, para verificar vestígios da vítima, embora isso não confirme diretamente a causa da morte.
Características da região
O ataque ocorreu na região de Touro Morto, em Aquidauana, a cerca de 150 km de Miranda, no Mato Grosso do Sul. Integrante do bioma Pantanal, que cobre 75% dos 17.008,5 km² do município, a área é marcada por vegetação densa, biodiversidade rica e acesso dificultado, características típicas da natureza selvagem pantaneira.
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