Rio Bonito do Iguaçu sofreu os maiores impactos, com cerca de 90% das construções destruídas. Os outros dois municípios igualmente enfrentaram danos extensos causados pelos fenômenos.
No sábado (8), o Simepar já havia indicado que o tornado em Rio Bonito do Iguaçu se originou em uma supercélula, considerada o tipo mais extremo de tempestade. A estimativa inicial apontava ventos de até 250 km/h, mas a revisão realizada nesta segunda elevou o valor para até 330 km/h.
Os dados atualizados resultaram de avaliações feitas por especialistas do órgão diretamente nas áreas atingidas, combinadas com registros de radares e outros sistemas."As análises foram feitas, além do trabalho em cima dos radares, com vídeos, sobrevoos e vistorias em solo. A equipe técnica segue realizando estudos e análises de outras ocorrências suspeitas", explica o Simepar.
As condições meteorológicas no estado, marcadas por alto nível de calor e umidade, além de variações na direção e intensidade dos ventos em diferentes altitudes, favoreceram o surgimento de tempestades intensas e tornados.
De acordo com o Simepar: Por volta das 18h, uma tempestade supercelular atingiu Rio Bonito do Iguaçu, provocando danos significativos na área urbana. Foi um tornado de categoria F3 na escala Fujita, com ventos estimados entre 300 km/h e 330 km/h. Na sequência, outras duas tempestades severas também geraram tornados. Uma foi em Guarapuava, especialmente na região do distrito de Entre Rios, classificada como F2, com ventos próximos de 250 km/h.
A outra foi em Turvo, ao sul da área urbana central, também classificada como F2, com ventos ao redor de 200 km/h.
Cinco mortes ocorreram em Rio Bonito do Iguaçu durante a passagem do tornado, enquanto uma sexta vítima foi registrada em Guarapuava. O governo estadual contabilizou pelo menos 750 feridos que receberam atendimento médico na região afetada.
A Secretaria de Saúde do Paraná (Sesa) relatou que, nesta segunda (10), 22 pessoas ainda estavam hospitalizadas.
"O Corpo de Bombeiros informa que não há mais buscas ou resgates e atendimentos pré-hospitalares. O trabalho de cadastramento e atendimento das famílias continua, assim como a distribuição dos donativos. O esforço coletivo de moradores, voluntários e servidores do Estado e prefeitura para retirada de estruturas danificadas e limpeza segue em andamento", disse o Governo, nesta segunda (10).
Rio Bonito do Iguaçu, com aproximadamente 14 mil moradores, foi o município mais castigado em proporção aos seus danos. O prefeito Sezar Augusto Bovino afirmou que a reconstrução total da cidade será necessária. O governo do estado liberará R$ 50 milhões do Fundo Estadual de Calamidade Pública (Fecap) para esse fim, com possibilidade de repasse direto às famílias de até R$ 50 mil por imóvel, conforme projeto aprovado em urgência na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).
A reconstrução das escolas danificadas já foi autorizada, e a aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), prevista para este domingo, foi postergada no município.
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) comunicou que beneficiários de programas assistenciais em Rio Bonito do Iguaçu podem pedir a antecipação do pagamento mensal.
O subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Jonas Emmanuel Benghi Pinto, definiu a situação em Rio Bonito do Iguaçu como “de guerra”.
Antonio Gieteski, filho de José Gieteski uma das vítimas fatais, relatou que o pai se encontrava em uma residência arremessada pelo vento.
"O pai estava com a mãe em casa, como de costume. De repente veio o tornado e, em questão de um minuto, um minuto e 20 segundos, foi como se caísse uma bomba na casa deles. A casa dele foi arremessada uns 30 metros de distância, era uma casa de madeira. Nesse impulso, ele foi junto e as madeiras caíram em cima", conta o filho.
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