BNDES muda política de indicações em conselhos para emplacar aliados

O mercado considera alterações no banco um retrocesso
Por: Brado Jornal 13.abr.2023 às 14h01
BNDES muda política de indicações em conselhos para emplacar aliados
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai mudar a política de indicação de conselheiros nas companhias em que a instituição é acionista. A intenção é fazer com que o banco tenha maior poder de decisão nos colegiados. A informação é do jornal Valor Econômico.

Com uma participação maior nas empresas, o BNDES cogita ainda voltar a indicar funcionários da instituição para vagas em conselhos. Isso está gerando preocupações sobre eventuais indicações de políticos para esses cargos.

A mudança de diretriz nas indicações foi aprovada pelo corpo técnico e ainda precisa de aprovação da diretoria e do conselho de administração do banco de fomento.

Em nota, o banco informou que “a modificação de todos os conselheiros indicados pelo BNDES sob o governo anterior é um processo natural e esperado”.

Atualmente, o BNDES tem cerca de 44 cadeiras em conselhos fiscais e de administração em companhias das quais é acionista. A BAinda conforme a reportagem, as mudanças já começaram. Na Tupy, multinacional do ramo de metalurgia, onde o BNDES tem quase 30% do capital, foram três indicados para o conselho de administração.

Na Companhia Paranaense de Energia (Copel), na qual o banco detém 24% do capital, foram indicados dois quadros da área técnica. A lista consta em documentos disponibilizados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Os nomes indicados para a JBS, em que o banco representa 20% do capital, ainda não estão públicos.

Especialistas disseram ao jornal que consideram as mudanças na política de indicações um retrocesso porque o BNDES havia adotado as melhores práticas de governança para definir os seus conselheiros.

No governo de Michel Temer, o banco adotou a prática de indicar nomes do mercado para compor os conselhos de administração das empresas participadas, prática que perdurou no governo de Jair Bolsonaro.



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