O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, do Partido Republicano, determinou o envio de mais 2.000 militares da Guarda Nacional e 700 fuzileiros navais para Los Angeles, na Califórnia, com o objetivo de controlar manifestações contra suas políticas de deportação. A decisão, reportada pela agência Associated Press, foi tomada após protestos intensificados na cidade, desencadeados por operações do ICE (Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA), que resultaram na detenção de mais de 40 pessoas na sexta-feira (6.jun.2025).
Conflito com autoridades locais
A mobilização das tropas, iniciada no domingo (8.jun), foi ampliada na segunda-feira (9.jun), mesmo com protestos mais pacíficos, incluindo um grande comício na prefeitura de Los Angeles e manifestações em frente a um centro de detenção de imigrantes. A medida de Trump, baseada no Título 10 – que permite o controle federal da Guarda Nacional em casos de “rebelião” – foi implementada sem o consentimento do governador da Califórnia, Gavin Newsom, do Partido Democrata. Newsom classificou a ação como “desrespeitosa” e “inflamatória”, acusando o presidente de priorizar seu “ego” em detrimento da segurança pública. Em uma postagem no X, ele anunciou que processará Trump pela decisão.
Reações e críticas
A prefeita de Los Angeles, Karen Bass, e o chefe de polícia local, Jim McDonnell, também criticaram a falta de coordenação com as autoridades municipais, destacando que a presença dos fuzileiros navais cria desafios logísticos e operacionais. O procurador-geral da Califórnia, Rob Bonta, ingressou com uma ação judicial contra a mobilização, argumentando que Trump “ultrapassou” a soberania estadual. Bonta busca uma ordem judicial para declarar a ação ilegal e suspender o envio das tropas.
Contexto nacional e histórico
Além de Los Angeles, protestos contra as políticas anti-imigração de Trump foram registrados em cidades como São Francisco, Santa Ana, Dallas e Austin. O presidente defendeu a mobilização, alegando que, sem as tropas, Los Angeles teria sido “devastada”. No entanto, segundo a Associated Press, os confrontos entre militares e manifestantes foram mínimos.
A decisão de Trump marca a primeira vez desde 1965 que um presidente dos EUA aciona a Guarda Nacional de um estado sem solicitação do governador, conforme apontou Elizabeth Goitein, do Brennan Center for Justice. O precedente ocorreu quando o presidente Lyndon B. Johnson mobilizou tropas para proteger manifestantes pelos direitos civis no Alabama.
Tensões políticas em alta
O envio de militares reflete o endurecimento das políticas migratórias de Trump, que já resultaram na prisão e deportação de centenas de imigrantes desde sua posse. As ações do presidente continuam a gerar divisões, com autoridades locais e estaduais da Califórnia prometendo resistir às medidas federais, enquanto os protestos contra as deportações se espalham pelo país.
Deixe sua opinião!
Assine agora e comente nesta matéria com benefícos exclusivos.
Sem comentários
Seja o primeiro a comentar nesta matéria!
Carregando...