O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), anunciou na quinta-feira (10.jul.2025) a imposição de uma tarifa de 35% sobre todos os produtos importados do Canadá que ainda não estavam sujeitos a alíquotas anteriores. A medida, que entra em vigor em 1º de agosto de 2025, foi detalhada em uma carta publicada na rede social Truth Social, endereçada ao primeiro-ministro canadense, Mark Carney (Partido Liberal). Trump destacou que a tarifa pode ser “ajustada para cima ou para baixo”, dependendo do futuro das relações bilaterais.
Na carta, Trump criticou o Canadá por sua suposta falha em conter a “crise de fentanil” nos EUA, afirmando que o país contribui para o problema ao não impedir a entrada de drogas. “Em vez de cooperar com os Estados Unidos, o Canadá retaliou com suas próprias tarifas”, disse. A decisão ocorre apesar das negociações comerciais em curso e de uma aparente aproximação entre Trump e Carney, marcada por uma reunião no Salão Oval em 6 de maio. Na ocasião, Carney concordou em suspender um imposto canadense sobre serviços digitais que impactava empresas de tecnologia americanas, após Trump interromper negociações comerciais em junho.
Outras tarifas já haviam sido aplicadas ao Canadá anteriormente: em março, uma alíquota de 25% sobre carros e autopeças, e em junho, 50% sobre aço e alumínio. A nova medida abrange todos os demais produtos canadenses.
Em resposta, Carney usou a rede social X para afirmar que o Canadá “tem defendido firmemente os trabalhadores e empresas” e que fez “avanços importantes para combater o flagelo do fentanil na América do Norte”. Ele acrescentou: “Estamos comprometidos em continuar trabalhando com os Estados Unidos para salvar vidas e proteger comunidades em ambos os países”.
Contexto das tarifas e outras cartas
A carta ao Canadá faz parte de uma série de 22 comunicações semelhantes emitidas por Trump desde segunda-feira (7.jul.2025). Entre os países notificados está o Brasil, que na quarta-feira (9.jul) recebeu a imposição de uma tarifa de 50%, a maior alíquota anunciada nesta semana. Em entrevista à NBC na quinta-feira (10.jul), Trump sugeriu que outros parceiros comerciais podem enfrentar tarifas, mesmo sem receber cartas. “Nem todo mundo precisa receber uma carta. Estamos apenas definindo nossas tarifas”, disse. Ele completou: “Vamos simplesmente dizer que todos os países restantes vão pagar, seja 20% ou 15%. Vamos resolver isso agora”.
As tarifas anunciadas podem ser suspensas caso o governo dos EUA perca um recurso no Tribunal de Comércio Internacional. Em maio, o tribunal decidiu que Trump excedeu sua autoridade ao usar poderes de emergência para impor tarifas sem uma emergência real. A audiência no Tribunal de Apelações do circuito federal em Washington está marcada para 31 de julho.
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