Em uma atuação que entrou para a história, Jhon Arias comandou o Fluminense na épica vitória sobre a Internazionale, consolidando-se como o grande destaque da Copa do Mundo de Clubes. Eleito o melhor em campo em três dos quatro jogos do Tricolor — contra Borussia Dortmund, Ulsan e a própria Internazionale —, o colombiano se tornou uma lenda viva das Laranjeiras, com atuações que ecoam os feitos de ídolos como Washington, Assis e Renato Gaúcho.
A trajetória de Arias no Fluminense é marcada por um momento crucial: após a perda de sua avó, pouco depois de chegar ao Rio de Janeiro, o atacante pensou em retornar à Colômbia. Foi o apoio da psicóloga do clube, Emily Gonçalves, que o fez permanecer. “Você me faz ser o que eu sou hoje”, disse Arias a ela, em um emocionante abraço após a conquista da Libertadores contra o Boca Juniors, em 4 de novembro de 2003. Esse vínculo transformou não apenas a carreira do jogador, mas também a história do Fluminense, colocando-o no mesmo patamar de momentos icônicos como o gol de barriga de Renato em 1995.
Na partida contra a Internazionale, vice-campeã europeia, Arias entregou um verdadeiro espetáculo, conduzindo o time com maestria. A estratégia de Renato Portaluppi, com três zagueiros impecáveis, foi fundamental, mas foi o colombiano quem roubou a cena. Com dribles precisos, visão de jogo apurada e a capacidade de alternar entre maestro e protagonista, ele transformou o confronto em algo que lembrava um jogo rotineiro do Brasileirão — ou até os campos de Villavicencio, onde começou sua carreira. Nos minutos finais, segurando a bola no escanteio com a calma de um Valderrama, Arias desafiou os italianos com uma confiança que incendiou o gramado.
Renato, com seu estilo inconfundível, resumiu a noite: “O que eu mais entendo é de parte tática”. E como discordar? O técnico, nascido em Guaporé, não só dominou taticamente, mas também trouxe o tempero latino que desestabilizou os adversários, com um “biquinho na bola” que agitou o jogo. A escalação com três defensores permitiu ao Fluminense propor o jogo, algo raro contra um gigante europeu, e o time nunca pareceu acuado. Cada jogador brilhou, mas Arias foi o coração pulsante, alternando entre toques refinados e jogadas decisivas, como se misturasse a elegância de um violino com o ritmo de uma cúmbia.
Apesar de seu talento inegável, Arias mantém um perfil reservado, longe de polêmicas ou holofotes desnecessários. Sua genialidade fala por si só no campo, onde, há quase cinco anos, encanta o futebol brasileiro e sul-americano. Sem alarde, ele se tornou um dos maiores nomes do continente, traduzindo o espírito tricolor em cada lance. Para os torcedores, tê-lo no Brasil é um privilégio, e sua performance na Copa do Mundo de Clubes é a prova de que, com a bola nos pés, Jhon Arias não precisa de mais nada para ser eterno.
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