Autoridades de saúde em Gaza relataram que ao menos seis palestinos perderam a vida em disparos israelenses nesta terça-feira (14), em dois episódios distintos na região. De acordo com as Forças de Defesa de Israel (IDF), os tiros foram disparados contra vários indivíduos que ultrapassaram a "linha amarela" demarcação inicial da retirada militar israelense, ilustrada em um mapa oficial liberado pela Casa Branca e se aproximaram de posições das tropas no norte da Faixa de Gaza.
Esse episódio representa a primeira ocorrência registrada de confronto armado na Faixa de Gaza desde a ativação do cessar-fogo, implementado na sexta-feira (10) como parte do plano em fases negociado pelos Estados Unidos. O acordo, assinado por líderes de Israel, Hamas, Egito, Catar e Turquia sob mediação do presidente Donald Trump, previu a liberação gradual de reféns israelenses e detentos palestinos, além da entrada de suprimentos humanitários.
Em comunicado oficial, as IDF detalharam: “Mais cedo hoje (terça-feira), vários suspeitos foram identificados cruzando a linha amarela e se aproximando de tropas das IDF que operavam no norte da Faixa de Gaza, o que constitui uma violação do acordo”. Eles acrescentaram: “Foram feitas tentativas de distanciar os suspeitos. Os suspeitos não obedeceram e continuaram se aproximando das tropas, que abriram fogo para dissipar a ameaça.”
As autoridades militares israelenses negaram relatos iniciais de infiltração terrorista em suas posições, classificando-os como incorretos, e reiteraram um apelo à população de Gaza: “O exército israelense pediu aos moradores de Gaza que seguissem as instruções e evitassem se aproximar das tropas mobilizadas na área.”
O mapa demarcado, elaborado pela CNN Brasil, delineia as zonas de recuo inicial das forças israelenses na primeira etapa do plano de paz de 20 pontos proposto por Trump. Ele indica que as IDF mantêm controle sobre mais de 50% do território de Gaza, com presença concentrada em áreas estratégicas do norte, enquanto o restante é liberado para retorno de civis e distribuição de ajuda. Especialistas alertam que, apesar da trégua, desafios logísticos persistem, incluindo o risco de violações diárias que testam a durabilidade do acordo.
Na véspera, segunda-feira (13), o Hamas concluiu a entrega dos últimos reféns israelenses vivos retidos em Gaza, enquanto Israel liberou ônibus repletos de prisioneiros palestinos, cumprindo as cláusulas iniciais do pacto. Trump, em pronunciamento, celebrou o marco como o encerramento de um conflito de dois anos que desestabilizou o Oriente Médio, prometendo reconstrução para a região, embora sem endosso explícito a um Estado palestino independente.
Relatos de testemunhas em Shujayea, bairro de Gaza City, descrevem que cinco das vítimas foram atingidas por fogo de drones enquanto verificavam residências danificadas em subúrbios orientais. A sexta morte ocorreu em outro setor do enclave, elevando preocupações sobre a vigilância nas zonas de transição. A Cruz Vermelha Internacional destacou a "desafio massivo" para repatriar restos mortais de reféns, citando atrasos como potencial violação do cessar-fogo, conforme o ministro da Defesa israelense.
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