Esquerdogata, ativista de esquerda conhecida por críticas ao bolsonarismo, é detida após confronto com PMs em São Paulo

Detenção em Ribeirão Preto expõe polêmicas da influenciadora, que acumula histórico de embates com autoridades e conteúdos provocativos nas redes
Por: Brado Jornal 27.out.2025 às 09h55
Esquerdogata, ativista de esquerda conhecida por críticas ao bolsonarismo, é detida após confronto com PMs em São Paulo
Reprodução/Redes sociais
Aline Bardy Dutra, mais conhecida pelo perfil Esquerdogata no Instagram, onde conta com cerca de 883 mil seguidores, foi detida na madrugada de sábado (25/10) em Ribeirão Preto, cidade do interior paulista, por desrespeitar e insultar agentes da Polícia Militar durante uma operação de rotina. A comunicadora, que se posiciona como militante de esquerda e produtora de análises políticas afiadas, já havia sido condenada anteriormente por um caso similar de desacato e desobediência a policiais, conforme arquivos do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).

De acordo com o boletim de ocorrência da PM, obtido pelo Metrópoles , a detenção começou quando Aline se aproximou de uma equipe do 51º Batalhão de Polícia Militar do Interior, logo após uma fiscalização no cruzamento das ruas Florêncio de Abreu e Cerqueira César. Ela portava o celular, aparentemente filmando a cena, e teria proferido a frase “um preto querendo foder outro preto” ao se dirigir a um dos agentes, o que foi interpretado como injúria racial. Os policiais, então, passaram a registrar a interação com seus próprios aparelhos e questionaram a declaração racista.

Apresentando indícios claros de embriaguez fato que a própria Aline admitiu durante o episódio, ela reagiu com uma série de ofensas, questionando a origem social e o salário dos militares. Entre as falas registradas, destacam-se: "ganham R$ 3 mil" e "não têm dinheiro nem para falar com advogado"; "Minha sandália vale o carro de vocês"; "Você tem noção de quem é você e quem sou eu?"; e "Sabe que uma militante ser presa, isso vai me fazer deputada federal? Vou mandar em vocês tanto. Você é um policialzinho, ganha licença-prêmio" . Em outro momento, ao avistar um dos PMs, ela o chamou de “facistinha” e “nazistinha”, além de cometer o que foi descrito como preconceito linguístico, ao criticar a conjugação verbal de um agente em uma troca anterior .

A resistência continuou após a prisão: dentro da viatura, Aline usou as algemas para tentar quebrar o vidro traseiro, o que exigiu a imobilização de suas pernas pelos policiais para evitar riscos. Todo o processo foi filmado pelos agentes e encaminhado à Polícia Civil para análise. Sua defesa, por meio de seu advogado, nega veementemente a acusação de injúria racial, alegando que as palavras foram tiradas de contexto e que a influenciadora está emocionalmente abalada com o ocorrido. Ela foi liberada ainda no sábado, após passar por audiência de custódia, mas agora enfrenta possíveis restrições judiciais, incluindo proibição de circular à noite e de frequentar certos estabelecimentos de risco .Perfil e histórico de controvérsias
Nascida na Bahia, Aline Bardy Dutra se apresenta como professora, comunicadora e ativista engajada em causas progressistas, com foco em debates que misturam política, cultura e direitos humanos. Seu Instagram,
@esquerdogata_79
, é uma vitrine para vídeos curtos e opiniões contundentes contra o que ela chama de "extrema-direita", especialmente o legado do ex-presidente Jair Bolsonaro. Além do conteúdo digital, ela mantém uma loja online de itens como roupas e utensílios temáticos, que descreve como uma forma de "fortalecer a luta coletiva de maneira criativa e acessível", espalhando mensagens de esquerda de forma cotidiana .

Não é a primeira vez que Aline vira notícia por ações provocativas. Em setembro, ela gerou repercussão ao gravar um vídeo defronte à residência de Bolsonaro, no Rio de Janeiro. Vestida com a camisa da Seleção Brasileira, a influenciadora se dirigiu a um segurança do local, pedindo que ele se ajoelhasse para uma oração. Após clamar por "anistia", encerrou a performance com as palavras: "Deus te elimine" . O episódio dividiu opiniões nas redes, com apoiadores elogiando o tom irônico e críticos acusando-a de incitação ao ódio.

O caso em Ribeirão Preto reacende discussões sobre o limite entre ativismo e desrespeito às instituições, especialmente em um contexto de polarização política no Brasil. Enquanto seguidores de Esquerdogata a defendem como vítima de abuso de autoridade, outros veem na detenção uma consequência de condutas impulsivas agravadas pelo álcool. A influenciadora ainda não se pronunciou publicamente sobre o incidente, mas seu perfil continua ativo, com postagens recentes ignorando o episódio em favor de críticas habituais ao governo anterior. As investigações prosseguem, e o desfecho pode impactar sua imagem como voz dissonante no debate público.


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