O grupo palestino Hamas anunciou a libertação do refém israelense-americano Edan Alexander, de 21 anos, nesta segunda-feira (12), após quase dois anos de cativeiro na Faixa de Gaza, conforme relatou o jornal Haaretz. A soltura ocorre em meio à escalada das operações militares lideradas pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que rejeita um cessar-fogo na guerra contra o Hamas, iniciada em outubro de 2023, e coincide com a viagem do presidente dos EUA, Donald Trump, pelo Oriente Médio.
Nascido em Nova Jersey, Alexander servia como soldado de infantaria de elite do Exército israelense na fronteira de Gaza quando foi capturado durante os ataques de 7 de outubro de 2023. Ele foi libertado próximo a Khan Yunis, no sul de Gaza, e será levado à base militar de Re’im, onde será recebido por Steve Witkoff, enviado especial dos EUA, e por sua família. O Hamas justificou a decisão como parte de esforços para alcançar um cessar-fogo, facilitar a entrada de ajuda humanitária e reabrir passagens de fronteira.
Netanyahu autorizou uma pausa temporária nos combates para garantir a passagem segura de Alexander, e moradores de Gaza relataram à Reuters uma trégua desde o meio-dia, sem presença de drones ou aviões. A decisão do Hamas, comunicada a Israel no domingo (11), foi apresentada como um gesto de boa vontade a Trump, após negociações em Doha, no Catar, que, segundo uma autoridade islâmica à AFP, avançaram rumo a um cessar-fogo.
Trump celebrou a notícia na rede social Truth, escrevendo: “Edan Alexander, dado como morto, será libertado pelo Hamas. Excelente notícia!”. Ele inicia uma viagem por Catar, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, enquanto Witkoff, que auxiliou na libertação, deve visitar Israel. A família de Alexander agradeceu a ambos, expressando esperança de que o gesto impulsione a libertação de outros reféns. No entanto, Einav Zangauker, mãe de outro refém, criticou Netanyahu, acusando-o de priorizar sua carreira política em vez de encerrar o conflito e trazer de volta os 59 reféns em Gaza, dos quais apenas 21 estariam vivos.
Apesar da ação do Hamas, o governo de Netanyahu negou qualquer compromisso com um cessar-fogo e afirmou que as negociações seguirão sob pressão militar. Na última semana, o gabinete de segurança de Israel aprovou um plano para ocupar toda a Faixa de Gaza por tempo indeterminado, deslocando centenas de milhares de palestinos para o sul, segundo a Associated Press. Autoridades israelenses disseram à AFP que a estratégia inclui ataques intensos contra o Hamas e a realocação de moradores para protegê-los, sem detalhar as operações.
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