Israel intensifica ofensiva contra instalações nucleares e símbolos do regime iraniano

Israel lançou um novo ataque contra a instalação nuclear subterrânea de Fordow, localizada ao sul de Teerã, na província de Qom, segundo a agência iraniana Tasnim, citada pela AFP. A ofensiva, que visou bloquear acessos à usina de enriquecimento de urânio situada em cavernas a 80 km de profundidade, ocorre após um bombardeio dos Estados Unidos ao mesmo local, intensificando o conflito aéreo que sacode o Oriente Médio há dez dias.

A agência Tasnim informou que “o agressor voltou a atacar Fordow”, conforme declarou um porta-voz da autoridade de crises de Qom. O Exército israelense confirmou a operação, afirmando que o objetivo era neutralizar a infraestrutura da planta nuclear. Paralelamente, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, anunciou ataques de “alta intensidade” no centro de Teerã, incluindo a Prisão de Evin, conhecida por abrigar opositores políticos do regime iraniano. Katz, que na sexta-feira (20) defendeu ações contra “símbolos do governo e repressão” do Irã, classificou Evin como um ícone do sistema teocrático.

Imagens do ataque à prisão foram publicadas no X pelo ministro das Relações Exteriores israelense, Gideon Saar, com a legenda “vida longa à liberdade” em espanhol. A mídia iraniana Mizan confirmou danos parciais no complexo, mas garantiu que a situação estava controlada. O jornal Nournews assegurou às famílias dos detentos que eles estavam em segurança.

Além disso, as Forças Armadas de Israel relataram ataques a centros de comando da Guarda Revolucionária Iraniana e outras forças de segurança em Teerã, responsáveis por manter a estabilidade do regime. “Essas unidades, compostas por diversos corpos, protegem a segurança interna e reprimem ameaças ao governo dos aiatolás”, informou o Exército em comunicado.

Os bombardeios seguem a entrada dos Estados Unidos no conflito, que, no sábado (21), atacaram três instalações nucleares iranianas, incluindo Fordow, Natanz e um depósito de material radioativo próximo a Isfahan. O presidente americano, Donald Trump, afirmou que os alvos eram estratégicos para impedir o enriquecimento de urânio a níveis armamentistas. Em pronunciamento, ele advertiu o Irã contra retaliações, prometendo “paz ou uma tragédia maior” e destacando a precisão dos ataques.

Fontes americanas indicaram que Washington comunicou a Teerã, via intermediários, que não planeja novos bombardeios. Apesar de ser signatário de um tratado de não proliferação nuclear, o Irã nega buscar armas atômicas, enquanto Israel e EUA alegam que o país estava próximo de alcançar 90% de enriquecimento de urânio.

O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, alertou que os ataques podem ter causado “danos significativos” às centrífugas de Fordow devido à sensibilidade dos equipamentos. Ele reiterou que qualquer transferência de material nuclear deve ser reportada à AIEA, conforme o Acordo de Salvaguardas do Irã.