Polêmica na letra de 'Girassol': Toni Garrido altera clássico e enfrenta críticas

Após 25 anos, vocalista do Cidade Negra justifica mudança como correção de viés machista, mas fãs veem 'militância errada' na adaptação
Por: Brado Jornal 06.out.2025 às 11h16
Polêmica na letra de 'Girassol': Toni Garrido altera clássico e enfrenta críticas
Reprodução
O cantor Toni Garrido, frontman da banda Cidade Negra, causou um debate acalorado nas redes sociais ao modificar um verso icônico da canção "Girassol", sucesso lançado há mais de duas décadas no álbum Acústico MTV de 2002. A alteração ocorreu durante uma apresentação no programa "Altas Horas", comandado por Serginho Groisman na TV Globo, no sábado (4 de outubro de 2025), e foi revelada pelo artista como uma reflexão tardia sobre o conteúdo da composição.

Garrido, que interpreta a faixa há 25 anos, admitiu ter demorado para perceber o que considerava um problema na letra original. "A gente tem uma música que é ‘Girassol’ e que durante anos a gente cantou, e eu tinha certeza de que estava cantando uma canção certa de amor e que estava fazendo bem para as pessoas", começou ele, antes de prosseguir: "depois de 25 anos cantando a música, um dia bateu uma ficha...a letra hétero machista top, horrível.."O trecho em questão, que antes dizia "Já que, pra ser homem, tem que ter / a grandeza de um menino, de um menino", agora incorpora uma menção ao feminino: "Já que, pra ser homem, tem que ter a grandeza de uma menina, de uma mulher". Segundo o músico, a intenção é destacar o papel essencial das mulheres na formação de caráter, como "a mãe, a pessoa que cuida dele, ou a irmã, ou qualquer elemento feminino" para criar "um grande homem" ou "um ser humano querido, legal, gente fina". Ele enfatizou que a arte permite liberdade: "as pessoas podem cantar como elas quiserem".

A explicação, no entanto, não foi bem recebida por todos os admiradores. A mudança, vista por muitos como desnecessária, explodiu em discussões online, com acusações de que se tratava de uma "militância errada".

Fãs argumentaram que o "menino" original funcionava como metáfora para a pureza e sensibilidade infantil, e não como algo discriminatório. "Ué.. eu sempre achei que o sentido era ‘para ser um homem de verdade, você precisa ter a pureza, o cuidado, a sensibilidade de uma criança’… entendi errado todo esse tempo?", questionou um usuário no X. Outra internauta criticou: "Acho que é querer lacrar em algo que não tem necessidade. Estão deixando a língua portuguesa de lado, a poesia, a interpretação". Há quem tenha ironizado a situação: "Agora vai ter que mudar o título da música 'Girassol' para colocar 'Margarida'".

No domingo (5), Garrido respondeu às críticas em suas redes sociais, reafirmando a validade da atualização e defendendo o direito à evolução artística. Apesar da divisão, "Girassol" segue como o maior hit do Cidade Negra no streaming, com mais de 100 milhões de streams no Spotify, consolidando seu status como um hino romântico dos anos 1990 que agora ganha novas camadas de interpretação.


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