Professor da UFBA vive poliginia e questiona padrões do amor

Gabriel Oláńrewájú Swahil, professor da Universidade Federal da Bahia, rejeita rótulos como monogamia ou poliamor para definir sua união com três esposas: Laila Ifadamilare Swahili, Daniela Ifaperewa Swahili e Viviane Ifasewa Swahil
Por: Brado Jornal 01.jul.2025 às 07h33
Professor da UFBA vive poliginia e questiona padrões do amor
(Reprodução/Instagram)

Gabriel Oláńrewájú Swahil, professor da Universidade Federal da Bahia, rejeita rótulos como monogamia ou poliamor para definir sua união com três esposas: Laila Ifadamilare Swahili, Daniela Ifaperewa Swahili e Viviane Ifasewa Swahil. Ele adota a poliginia, prática em que mantém casamentos independentes com cada uma, sem relações sexuais entre elas. Com raízes iorubás, grupo étnico da Nigéria, Gabriel vê sua escolha como uma forma de resgatar laços afetivos africanos destruídos pela escravização. “As famílias negras, em um contexto racista, são massacradas para não existir… porque uma pessoa escravizada não deveria ter família… Muitas pessoas negras precisaram soterrar seus afetos para não se tornarem vulneráveis ​​​​​​durante a escravização”, declarou ao jornal A Tarde.

Laila, Daniela e Viviane moram em casas distintas na mesma rua, mantendo uma relação de amizade e apoio mútuo, cuidando inclusive dos filhos umas das outras. Gabriel alterna os dias entre as residências, vivendo o que descreve como um modelo inspirado nas famílias nigerianas. Ele reconhece, porém, os desafios: ciúmes, frustrações e conflitos surgem, como em qualquer relação. “Não é um conto de fadas. Somos pessoas reais, com vidas reais. Se um casal já enfrenta desafios, imagina quando são quatro pessoas?”, reflete. Para ele, o equilíbrio depende de respeitar os limites de cada esposa, evitando rivalidades ou imposições.

A poliginia, segundo Gabriel, desafia a cultura de posse e controle presente em muitos relacionamentos, promovendo uma visão mais igualitária. “Se eu tivesse treinado ou simplesmente mantido várias relações clandestinas, sem nenhum compromisso, não teríamos que lidar com tanta aversão”, afirma. Ele considera a prática uma “monogamia ampliada”, mais honesta que a monogamia serial comum no Ocidente. “A poliginia existe para permitir que em caso de desequilíbrio entre os gêneros – a mortalidade masculina historicamente era maior e ainda hoje segue maior – nenhuma mulher fosse obrigada ao celibato ou a ser submetida às relações clandestinas”, explica. Gabriel começou a explorar essa dinâmica nos anos 2000, com Laila e Daniela, sendo Viviane a última a integrar a família.




📲 Baixe agora o aplicativo oficial da BRADO
e receba os principais destaques do dia em primeira mão
O que estão dizendo

Deixe sua opinião!

Assine agora e comente nesta matéria com benefícos exclusivos.

Sem comentários

Seja o primeiro a comentar nesta matéria!

Carregar mais
Carregando...

Carregando...

Carregando..