Uma força-tarefa da Polícia Federal (PF), com cerca de 1.400 agentes, realizou nesta quinta-feira (28.ago.2025) as operações Carbono Oculto, Quasar e Tank, visando desmantelar um esquema de lavagem de dinheiro no setor de combustíveis ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Dos 14 mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça Federal do Paraná, apenas 6 foram cumpridos, deixando 8 suspeitos foragidos. Além disso, 43 mandados de busca e apreensão foram autorizados no Paraná, e outros 12 em São Paulo.
Segundo Dennis Cali, diretor de Combate ao Crime Organizado e à Corrupção da PF, “alguns alvos importantes ainda estão foragidos, mas as equipes continuam trabalhando para cumprir todas as ordens judiciais até o fim da semana”. Ele destacou que, apesar de prisões relevantes, a operação segue em andamento para capturar os demais suspeitos.
As investigações, conduzidas por uma força-tarefa que inclui o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), Ministério Público Federal (MPF), Polícias Civil e Militar, Secretaria da Fazenda e Planejamento de São Paulo, Agência Nacional do Petróleo (ANP) e Procuradoria Geral do Estado de São Paulo (PGE-SP), identificaram irregularidades em mais de 1.000 postos de combustíveis em 10 estados. Esses estabelecimentos, alvos das operações, movimentaram R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024, utilizando dinheiro em espécie e maquininhas de cartão para ocultar a origem ilícita dos recursos.
O esquema, descrito pela Receita Federal como “sofisticado”, envolveu empresas de fachada, fintechs e fundos de investimento. A Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) bloqueou R$ 1 bilhão em bens, como imóveis e veículos, dos investigados. A Receita apontou que uma fintech atuava como “banco paralelo” do PCC, movimentando R$ 46 bilhões no mesmo período, com mais de 10.900 depósitos em espécie entre 2022 e 2023, totalizando R$ 61 milhões.
Entre os alvos, estão empresas do setor financeiro, como a Reag Investimentos, listada na B3, e a BK Bank, que operavam contas não segregadas, dificultando o rastreamento de recursos. A Receita destacou que brechas regulatórias, como as “contas-bolsão”, permitiam a movimentação de valores sem identificação clara dos clientes, favorecendo a lavagem de dinheiro.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, classificou a ação como uma das maiores da história do Brasil, destacando a criação do Núcleo de Combate ao Crime Organizado pelo governo Lula em 17 de janeiro de 2025, com primeira reunião em 5 de fevereiro. As operações abrangem alvos em oito estados: São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio de Janeiro e Santa Catarina. A PF apura movimentações ilícitas de R$ 23 bilhões, com sonegação fiscal e adulteração de produtos que aumentavam os lucros do esquema, prejudicando consumidores e a sociedade.
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