‘O mundo jurídico se acovardou e o populismo de extrema-direita capturou as redes’, diz Alexandre de Moraes

Ele afirmou que os extremistas têm mais atuação nesses espaços do que de usuários comuns
Por: Brado Jornal 27.mai.2022 às 17h41
‘O mundo jurídico se acovardou e o populismo de extrema-direita capturou as redes’, diz Alexandre de Moraes
Nelson Jr./STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, disse que o “populismo de extrema direita” “capturou” e “cooptou” as redes sociais. Ele afirmou que os extremistas têm mais atuação nesses espaços do que de usuários comuns.

As declarações foram feitas nesta sexta-feira (27) durante aula da pós-graduação em Direito da USP (Universidade de São Paulo). Moraes é um dos coordenadores da disciplina, e falou ao lado do também ministro Gilmar Mendes. Moraes declarou que o “mundo jurídico se acovardou” ao criar uma “falsa ideia” de liberdade de expressão que não existe. “Deu uma bobeira geral no mundo jurídico e político, e parece que tudo é novidade. Não é. Fake news antes se chamava fofoca”, disse. 

“As fofocas que destruíam reputações em cidades pequenas, agora destroem na rede social”, afirmou. Para Alexandre de Moraes, não há diferença entre crimes cometidos nas redes sociais e no mundo. O ministro do STF afirmou que o populismo de extrema direita foi “extremamente competente” em dominar as narrativas nas redes. De acordo com o magistrado, esse movimento foi planejado por grupos nos Estados Unidos, e testado em outros países, como Hungria, Polônia e Itália. 


Moraes declarou que a ação tem 4 núcleos: Envolve produção de conteúdos, divulgação com atuação de robôs, replicação por políticos e influenciadores, e o financiamento. “É tudo inteligentemente organizado”, afirmou. Segundo Alexandre de Moraes, as plataformas de redes sociais querem ser consideradas “irresponsáveis juridicamente”. “A discussão é de combate à impunidade. Acabar com essa ideia de que as plataformas são terra de ninguém”, afirmou. “O que começou com uma verdadeira anarquia nas plataformas, hoje existem um terrorismo institucional para a população em geral que fica sendo condicionada”. Moraes disse que as plataformas não são responsáveis pelas milícias digitais, mas querem “lavar as mãos”.



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