‘Justiça Eleitoral não tolerará que milícias digitais desrespeitem a vontade soberana do povo’, diz Moraes

Em discurso após ser eleito presidente do TSE, ministro também fez aceno às Forças Armadas e elogiou a eficiência do sistema eleitoral brasileiro
Por: Brado Jornal 15.jun.2022 às 06h27
‘Justiça Eleitoral não tolerará que milícias digitais desrespeitem a vontade soberana do povo’, diz Moraes
Moraes foi eleito nesta terça-feira, 14, mas só tomará posse no dia 16 de agosto - Nelson Jr./SCO/STF

Eleito presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Alexandre de Moraes afirmou, na noite desta terça-feira, 14, que a Justiça Eleitoral “não tolerará que milícias digitais e pessoais desrespeitem a vontade soberana do povo”. O magistrado também disse que, em um momento em que o desemprego atinge mais de 11 milhões de pessoas e mais de 33 milhões passam fome, os eleitores “merecem esperança nas propostas e projetos sérios de todos candidatos”. “Não merecem a proliferação de discursos de ódios, de notícias fraudulentas e da criminosa tentativa de cooptação, por coação e medo, de seus votos por verdadeiras milícias digitais”, seguiu.

“Nesse momento de reconstrução espiritual e econômica do Brasil, após a morte de mais de 668 mil pais, mães, avós, filhos, filhas, amigos, maridos, mulheres pela terrível pandemia causada pela Covid-19 e suas nefastas consequências para mais de 11 milhões de pessoas desempregadas e com a fome atingindo mais de 33 milhões de brasileiras e brasileiros, nossos eleitores merecem esperança nas propostas e projetos sérios de todos os candidatos. Nossos eleitores não merecem a proliferação de discursos de ódio, de notícias fraudulentas e da criminosa tentativa de cooptação, por coação e medo, de seus votos por verdadeiras milícias digitais”, disse. “A Justiça Eleitoral não tolerará que milícias pessoais ou digitais desrespeitem a vontade soberana do povo e atentem contra a democracia no Brasil”, acrescentou.

Na sequência, Moraes fez um aceno às Forças Armadas, classificada pelo ministro como uma “instituição séria, competente e parceria histórica do Judiciário no auxílio da realização e segurança das eleições nos mais longínquos rincões do Brasil”. A declaração ocorre na esteira do embate entre o Ministério da Defesa e a cúpula do TSE. Nesta semana, a pasta disse que as Forças “não se sentem devidamente prestigiadas” nas discussões sobre o processo eleitoral. O ministro Edson Fachin, que preside a Corte até agosto, respondeu que tem “elevada consideração” pelos militares.

As declarações de Moraes, que tomará posse como presidente do TSE no dia 16 de agosto, ocorrem no momento em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem feito ataques às urnas eletrônicas e ao sistema de votação do país. Em uma breve manifestação após ter sido eleito para o comando da Corte Eleitoral, Moraes disse que, desde a Constituição Federal de 1988, “a nação foi chamada oito vezes para escolher seu chefe de Estado e de governo, além das eleições locais”. O ministro também lembrou que, desde 1998, quatro dos presidentes e vice-presidentes eleitos foram escolhidos através das urnas eletrônicas.

“Somos 150 milhões de eleitores que sempre nos orgulhamos de ser uma das quatro maiores democracias do mundo, ao lado dos Estados Unidos, da Índia e Indonésia. Porém, [somos] a única democracia do mundo cujos resultados eleitorais são proclamados no mesmo dia das eleições, horas após o término do pleito eleitoral, com absoluta clareza, transparência, segurança e absoluto respeito à soberania popular. E é exatamente isso o que os brasileiros e brasileiras merecem em 2022 da Justiça Eleitoral, de todos os Poderes e instituições do país: eficiência, segurança, transparência e respeito à soberana vontade popular, valor estruturante essencial e imprescindível na construção e fortalecimento de uma democracia estável, justa, igualitária e solidária, que é a democracia que todos nós queremos para o nosso país”, seguiu Moraes.



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