O PTB formalizou nesta segunda-feira (1º) a candidatura do ex-deputado federal Roberto Jefferson à Presidência da República, com a justificativa de ampliar as opções de eleitores de direita e conter parte dos ataques da esquerda ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
A convenção contou com a participação do deputado federal Daniel Silveira (RJ), lançado pelo partido como candidato ao Senado pelo Rio de Janeiro, apesar de estar inelegível. Ele discursou no evento.
Jefferson, que cumpre prisão domiciliar, foi aprovado por aclamação na convenção -acompanhada por participantes remotamente e realizada presencialmente num hotel em Brasília. O local tinha bonecos de papelão do político e frases exaltando o conservadorismo, como “Direita, graças a Deus!”.
O evento foi aberto com a execução do hino nacional. A seguir, o deputado estadual Kennedy Nunes, de Santa Catarina, fez uma oração com menção especial a Jefferson, a quem se referiu como “preso político”. “Que o espírito santo possa encorajá-lo, possa confortá-lo”, disse.
Jefferson gravou um vídeo de pouco mais de dez minutos no qual lembrou que, nas eleições de 2018, o PTB apoiou Bolsonaro. “Logo no princípio do governo eu disse para ele que o PTB só desejava um cargo no governo, o de presidente da República, e o convidei a integrar o nosso partido, visto que o PSL [legenda que se uniu ao DEM para formar a União Brasil], seu partido, se esvaziara e rachara ao meio”, afirmou.
O presidente de honra do PTB disse, na sequência, que Bolsonaro disputa a reeleição “sozinho, contra tudo e contra todos”, enquanto a esquerda se apresenta “como um polvo”, com múltiplas candidaturas. “O candidato de direita é desconstruído pela ação intensa de uma fauna de candidatos da oposição que se alterna em ataques e reunifica eleitores desgarrados de seu bloco esquerdista”, disse o pivô do mensalão.
No vídeo, defendeu ainda que o PTB tenha um nome na disputa eleitoral. “Nossa ação não se opõe a Bolsonaro. Confronta a abstenção, preenchendo alguns nichos de opção ao eleitorado direitista”, afirmou.
“Ofereço meu nome para disputar a eleição”, prosseguiu, em declaração aplaudida pelos presentes em Brasília. “Preso fui, preso estou. Sou fã das ideias de Bolsonaro. Ele defende os mesmos valores e bandeiras do nosso PTB”, afirmou, antes de acrescentar que o partido foi o mais leal ao presidente no Congresso e na tentativa de frear “o ímpeto golpista” de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
Na convenção realizada nesta segunda, o ex-senador Delcídio do Amaral, preso sob acusação de atrapalhar as investigações da operação Lava Jato e que acabou fazendo acordo de delação premiada, também discursou. “Acho pertinente uma candidatura do ex-deputado Roberto Jefferson”, disse. “Roberto Jefferson defendeu mais o presidente Bolsonaro do que os próprios ministros do presidente Bolsonaro.”
Em fala de dois minutos, Silveira afirmou que a candidatura de Jefferson era uma estratégia para ajudar Bolsonaro. “O partido é base do presidente Bolsonaro”, disse. “Quando as pessoas compreenderem o que o Roberto está buscando fazer em apoio ao presidente Bolsonaro, para que ele possa expor aquilo que Bolsonaro não pode sem ser perseguido… O Roberto já é preso, o que mais tem para fazer? Colocar uma guilhotina de cabeça para baixo, pendurada? Não tem mais o que [o ministro do STF] Alexandre [de Moraes] fazer contra ele. O que ele [Jefferson] vai fazer é um serviço à sociedade, entregando a verdade contra alguns ministros da Suprema Corte”, disse. “Somos apoio direto ao presidente Bolsonaro.”
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