Lula usa imagem do Papa para dizer que é inocente e vaticano desmente petista

Ex-presidente divulgou uma Fake News na sua Propaganda Eleitoral afirmando que foi "Inocentado" até pelo Papa Francisco, em nota vaticano disse que Lula "nunca recebeu a bênção dos inocentes"
Por: Brado da Redação 18.out.2022 às 05h11 - Atualizado: 18.out.2022 às 05h46
Lula usa imagem do Papa para dizer que é inocente e vaticano desmente petista

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato ao Palácio do Planalto, tem feito críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição, por falar de religião durante a campanha eleitoral. No entanto, o petista faz propaganda e utiliza a imagem do Papa para dizer que é inocente.

Em uma das inserções produzidas para o segundo turno, a campanha de Lula afirma que o ex-presidente nunca cometeu crimes e que ele foi inocentado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pelo Papa Francisco. A publicidade tem dois vídeos de Lula e Francisco durante um encontro entre eles em 2020. O Vaticano, contudo, nunca confirmou se o Papa reconhece a inocência de Lula.

Por meio do portal de notícias oficial, o Vaticano negou a informação que circulava pelas redes sociais de que teria concedido uma bênção chamada  (algo como bênção dos inocentes) ao ex-presidente, o boato começou a circular quando uma foto dos dois em Roma foi divulgada. Na imagem, o pontífice está com a mão sobre a cabeça de Lula.


Em 2018 o Vaticano também desmentiu uma Fake News do PT que dizia que o papa Francisco enviou um terço ao ex-presidente Lula mas que o emissário do Santo Padre, o argentino Juan Gabrois, foi impedido de visitar Lula na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde ele está preso, a informação foi publicada pelo PT.



Após a repercussão o Vaticano emitiu uma nota oficial e negou que o Papa tenha enviado o terço a Lula, conforme o Vatican News, “O advogado argentino Juan Gabrois disse que a visita era pessoal e não em nome do Santo Padre. Ele não teve a permissão para se encontrar com Lula”, diz nota do Vatican News.

O candidato também afirma na propaganda que foi absolvido na Organização das Nações Unidas (ONU), mas a verdade é que em 28 de abril de 2022, o Comitê de Direitos Humanos da ONU concluiu que a investigação e o julgamento do ex-presidente na operação Lava Jato não foram imparciais e violaram o direito à privacidade e seus direitos políticos. A análise foi feita após o próprio ex-presidente apresentar uma denúncia ao comitê sobre como ele foi levado a julgamento.

Apesar disso, no entanto, o Comitê de Direitos Humanos não tem jurisdição para absolver ou condenar um indivíduo. O colegiado da ONU fez apenas uma análise sobre o julgamento do petista pela Justiça brasileira, e não sobre as acusações contra ele portanto, a afirmação que Lula foi inocentado pela ONU também é falsa.

Após a repercussão negativa Lula voltou a usar a imagem do santo Papa em outras inserções do seu programa eleitoral, porém desta vez não citou que Lula foi "Inocentado" apenas limitou-se a falar que o ex-presidente recebeu uma benção do papa depois que "Saiu da cadeia".

Lula é inocente?

Apesar de se declarar inocente, Lula nunca foi absolvido das acusações de corrupção passiva e lavagem de dinheiro que o levaram à prisão. Em julho de 2017, o ex-juiz Sergio Moro condenou o petista a 12 anos e um mês de reclusão pelos crimes no caso do triplex.

Posteriormente, a pena foi reduzida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) a 8 anos e 10 meses. Lula começou a cumprir a prisão em 7 de abril de 2018, na carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

Enquanto o ex-presidente estava preso, a juíza Gabriela Hardt, substituta de Moro na Justiça Federal de Curitiba, o condenou a 12 anos e 11 meses de prisão também pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro devido a obras realizadas por empreiteiras em um sítio de Atibaia, no valor de R$ 1 milhão, supostas propinas pagas pelas construtoras a Lula.

Em 8 de novembro de 2019, Lula saiu da prisão depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) proibir o encarceramento de réus após condenação em segunda instância.

Posteriormente, em 2021, os processos do triplex e do sítio de Atibaia foram anulados pelo Supremo, que disse que os casos deveriam ser julgados em Brasília e não em Curitiba, além de entender que Moro foi parcial durante o processo. Por fim, a Justiça no DF decidiu pela prescrição de ambas as ações, o que impede Lula de receber uma nova condenação.

Confira a propaganda que repete a fake news que Lula foi inocentado pelo Papa


Fonte: R7 e Veja


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