Governo Tarcísio revoga resolução para consulta pública sobre “crianças LGBT+”

Deputada petista acionou o Ministério Público contra revogação
Por: Brado Jornal 29.abr.2024 às 14h28
Governo Tarcísio revoga resolução para consulta pública sobre “crianças LGBT+”
Rovena Rosa/Agência Brasil

O governo de São Paulo revogou nesta segunda-feira (29) uma resolução que previa uma consulta pública sobre a saúde das pessoas LGBTQIA+ no estado.


O documento foi publicado na última sexta (26) e previa debater medidas e ações que poderiam ser colocadas em prática pela gestão estadual. Dentre elas:

  • Guia prático para encaminhamento correto de crianças e adolescentes transexuais e/ou transgêneros;
  • Divulgar atualizações sobre orientação sexual e a vivência da transexualidade como “condição humana” para serviços e equipamentos que atuam com crianças e adolescentes LGBT+;
  • Ter separação de orientação sexual na política de saúde da pessoa privada de liberdade e de instituições de acolhimento de crianças e adolescente entre outras casas públicas, como albergues;
  • Construir diretrizes para promover saúde mental, acolhimento e apoio para crianças e adolescentes lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais e/ou com outras variabilidades de gênero;
  • Ações de vigilância para prevenir violência contra população LGBTQIA+


A mudança ocorre após pressão da bancada bolsonarista, que é contrária ao tema. O deputado Gil Diniz (PL) chegou a dizer que chamaria o Secretário de Saúde do Estado para avaliar a resolução e questionou o motivo do documento focar em crianças e adolescentes.

"Não mexam com nossas crianças! Criança LGBT não existe!", escreveu o deputado estadual Gil Diniz em publicação em rede social.

Questionado, o governo disse que o documento vai ser revisto, passará por ajustes para ser novamente republicado.

Parlamentares da oposição criticam a postura da gestão estadual. A deputada estadual Professora Bebel (PT) encaminhou a revogação para o Ministério Público de São Paulo. Segundo ela, é uma injustiça com a população LGBTQIA+, e toda forma de diversidade.

"Direitos humanos não se define por sexualidade, direitos humanos têm que estar aberto para todos (...) Um debate bem feito sobre a ótica dos direitos humanos não deixará dúvidas. Toda pessoa, independente da sexualidade dela, deve ter acesso à saúde", disse Bebel.



📲 Baixe agora o aplicativo oficial da BRADO
e receba os principais destaques do dia em primeira mão
O que estão dizendo

Deixe sua opinião!

Assine agora e comente nesta matéria com benefícos exclusivos.

Sem comentários

Seja o primeiro a comentar nesta matéria!

Carregar mais
Carregando...

Carregando...

Veja Também
Documentos de Heleno revelam críticas a Bolsonaro e registros de vigilância
Ex-ministro do GSI anotou monitoramento de estudantes cubanos e investigações sobre o Coaf, além de apontar falhas na gestão da pandemia
Polícia Federal investiga Silas Malafaia por suspeita de obstrução em caso de tentativa de golpe
Líder religioso é alvo de inquérito que também envolve Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo
Ricardo Nunes endossa campanha contra o antissemitismo e questiona decisão do governo Lula
Prefeito de São Paulo participa de iniciativa da Federação Israelita e critica saída do Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto
Alexandre de Moraes confronta advogado em audiência sobre trama golpista
Ministro do STF determina verificação de celular após suspeita de gravação não autorizada
Ministros do TST recebem auxílios de até R$ 176 mil e benefícios exclusivos
Verbas indenizatórias, carros de luxo e sala VIP no aeroporto de Brasília geram polêmica sobre gastos do tribunal
Jerônimo Rodrigues enfrenta críticas e desafios na gestão da Bahia
Governador lida com polêmicas em entrevistas, crise na segurança e promessas não cumpridas
Carregando..